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Tênis de corrida 23/05/2024

Vale dar bela chance ao Nike Vaporfly 3, que de estranho passa a ser incrível

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade

Andrei corre com Nike Vaporfly 3 na Vienna City Marathon (Sportograf)

Ao ser observado pela primeira vez, o Nike Vaporfly NEXT% 3 causa estranheza. Em vez de seguirem em linha reta – como é convencional –, a língua e a abertura do cabedal onde se amarra o cadarço pendem para fora. Ao ser calçado pela primeira vez, o Nike Vaporfly 3 provoca uma sensação inusitada. Em vez de os pés estarem sobre uma superfície plana, acomodam-se sobre uma elevação que preenche a curvatura de cada lado. Tais anormalidades, porém, muitas vezes se dissipam logo nos primeiros quilômetros de uso, e geralmente o corredor não quer mais parar de correr com ele.

Extremamente leve, com cerca de 198 gramas no tamanho 41 (opte por um número maior que o seu habitual), o Vaporfly 3 requer certo costume devido às características; uma vez acostumado ao modelo, o corredor (mesmo o amador) beneficia-se do baixo peso, da estabilidade (apesar da aparência desalinhada, considero-o, sim, estável) e, é claro, da placa de carbono, cuja seção central fica visível em razão de uma abertura no solado.

Andrei em plena via histórica Hauptallee, no parque Prater, em Viena (Sportograf)

O Vaporfly 3 é o mais novo lançamento de uma linha revolucionária iniciada com o Vaporfly 4%, lançado ao público em 2017, ano seguinte à medalha de ouro do queniano Eliud Kipchoge na maratona dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, prova em que calçou um protótipo do Vaporfly.

Durante a Vienna City Marathon de 2024, pude correr com o Vaporfly 3 na via Hauptallee, no parque Prater, justamente onde, em 2019, a lenda do Quênia tornou-se a primeira pessoa do mundo a completar os 42,195 km em menos de duas horas (recorde extraoficial) – impulsionado por um protótipo do Alphafly, outro supertênis da Nike.

Assista ao meu vídeo curto de Viena:

Apesar da rigidez da placa de fibra de carbono do Nike Vaporfly 3, o corredor sente maciez a cada passada, uma vez que existe uma combinação bem-sucedida da placa com a espuma Nike ZoomX. Com vários furinhos, o cabedal permite entrada de ar, refrigerando o pé e deixando a meia mais à mostra.

Ajudado pelo Vaporfly 3, senti menos fadiga muscular que o esperado depois dos dois treinos que fiz calcando-o em São Paulo, um de 32 km e outro de 34 km, e da Maratona Cidade de Viena, 42,195 km. Em compensação, observei que, com pouco mais de 100 km percorridos, o solado já apresenta sinais de desgaste. O que isso significa? Que se trata de um modelo a ser destinado para os últimos e mais longos treinos de um ciclo e para a prova em si.

Andrei participa da Vienna City Marathon de 2024 (Sportograf)

Optei por um par em que cada “pé” é de uma cor, como você vê na foto acima. Algumas pessoas podem achar uma escolha estranha, e alguns corredores realmente podem não se adaptar ao Vaporfly 3 – nem depois de muitos quilômetros percorridos. Não foi, mesmo, o meu caso.

Tênis são uma escolha pessoal; o escolhido por uma pessoa pode não ser bom para outra. Antes de optar por um modelo, você pode experimentá-lo em uma loja para tomar uma decisão mais assertiva.

Avaliações de outros modelos da Nike:
Nike Alphafly 3, tênis do recorde mundial, gera ‘som da velocidade’ e é estável
Nike Invincible 3 e a sensação de não calçar tênis algum em prova de 5 km

Comentários


  • Wiliam Pereira da Silva Cruz disse:

    Boa tarde Esportividade! Boa tarde runners!

    Andrei, excelente matéria e conteúdo. 👏👏👏👏👏👏

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