São Paulo - região metropolitana
MMA 07/04/2014

Velhos hábitos atrapalham eventos de MMA no Brasil, avalia organizador

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Thomas Almeida x Vinicius Zani no MMA Super Heroes 3 (Divulgação)

Thomas Almeida x Vinicius Zani no MMA Super Heroes 3 (Divulgação)

O Via Marquês, espaço multiúso da zona oeste de São Paulo, tornou-se pequeno para o MMA Super Heroes, que lá realizou sua terceira edição em 30 de março de 2014. Mesmo em um domingo chuvoso na capital paulista, o local encheu, e a organização necessitou impedir a entrada de mais pessoas que estariam interessadas em pagar R$ 30 para ver as 12 lutas – seis delas entre mulheres. Apesar do grande interesse pelo MMA e do aumento da qualidade dos eventos brasileiros, os promotores ainda lidam com hábitos de atletas e equipes originários de épocas em que os eventos do esporte não eram tão bem organizados. André “Bicudo”, presidente do MMA Super Heroes, disse ainda haver práticas que não são condizentes com o momento atual.

De acordo com André, existem barreiras que serão quebradas com o tempo. “A falta de organização e de profissionalismo dos eventos que ocorriam no Brasil criou um costume em equipes – acham que tudo será daquela forma”, afirmou “Bicudo”. “Mas [enfrentar a resistência] é o caminho natural para profissionalizarmos um esporte que é novo ainda.” O presidente do MMA Super Heroes vê dois problemas centrais: “Restringir a entrada em vestiário é muito difícil, porque às vezes os próprios atletas e corners acabam tentando burlar [a restrição] de alguma forma, passando pulseira e credencial para outras pessoas. Sempre tem uma namorada de um treinador querendo entrar. E ainda existe a dificuldade de se cumprirem horários.” André, no entanto, notou uma grande evolução em comparação com o primeiro evento do MMA Super Heroes, que aconteceu em Louveira (SP) em julho de 2013.

Segundo André, lidar com os mais jovens tem sido mais fácil, mas não adianta ceder a quem tinha antigos hábitos: “Não tem jeito: você precisa impor algumas coisas, e eles têm de acostumar”.

Público do MMA Super Heroes 3 (Andrei Spinassé/Esportividade)

Público do MMA Super Heroes 3 (Andrei Spinassé/Esportividade)

A proposta do MMA Super Heroes é dar ao público mais do que a luta propriamente dita. “Tentamos oferecer uma temática que passe o sentido de entretenimento. Fugimos da simples apresentação dos lutadores: produzimos vídeos para serem exibidos e animarem a galera. Existe a loja de produtos do evento. Queremos ainda implantar equipamento que tire foto instantânea para ser guardada de recordação e outras coisas”, declarou André.

MMA Super Heroes inspira-se no World Extreme Cagefighting (WEC) e adota um octógono menor do que o do UFC. “Até hoje demos prioridade às lutas dos pesos mais leves, então nos baseamos mais em um evento que foi adquirido pelo UFC, o WEC, que é um de categorias mais leves. O octógono menor dá mais dinâmica à luta, já que os atletas se encontram mais”, explicou o presidente em entrevista exclusiva ao Esportividade.

O MMA Super Heroes, de acordo com André, a partir de agora será em ginásios. “Já ficou claro que uma casa de shows assim não comporta mais o tamanho do Super Heroes. Programamo-nos para fazer seis edições em 2014. Já foi a primeira, e nossa programação é fazermos mais cinco – pelo menos mais quatro serão realizadas”, contou. A organização só começou a preparar o Via Marquês para as lutas 11 horas antes do início do evento, já que no dia anterior havia acontecido um show no local.

A próxima edição, a quarta da história, já tem data marcada: 30 de maio. E será no ginásio da Hebraica, tradicional clube da zona oeste paulistana. “É um dos mais modernos da capital, com cadeiras individuais, reclináveis. Tivemos de negociar muito. Já consideramos uma vitória poder realizar um evento lá”, disse André, segundo o qual o MMA Super Heroes ainda depende muito de público, pois “os patrocínios ainda não são dentro do padrão de valores do qual necessita”.

Comentários


  • pedro jarutas disse:

    Saldanha tenho os mesmo problemas aqui no meu evento as equipe chega no evento acha que são dono do evento querê colocar tio mãe avos namorado da irma kkk
    temos que acabar com isto mesmo concordo no temos que ter pulso firme mesmo ..

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