Sinta você mesmo a caribenha Maratona de Curaçao, onde o inesperado acontece

Andrei Spinassé participa pela segunda vez da KLM Maratona de Curaçao (KLM Curaçao Marathon/Divulgação)
“Sinta você mesmo” não é só o slogan do turismo de Curaçao, país localizado no sul do mar do Caribe: é o que pode ser dito para alguém que pensa em participar da KLM Maratona de Curaçao. Normalmente, esse convite refere-se a encantar-se com as belezas da ilha, onde há praias paradisíacas, mas em novembro de cada ano estende-se ao evento de corrida de rua, que no ano de 2025 chegou à 12ª edição. E nele você surpreende-se com sua própria resiliência e com histórias incríveis de outros participantes.

Lotte van der Pol, vencedora da KLM Maratona de Curaçao de 2025 (KLM Curaçao Marathon/Divulgação)
Presenciei, em minha segunda participação, o acontecimento do inesperado: enquanto em 2024 um brasileiro que estava em viagem de lua de mel em Curaçao foi o vencedor dos 21,097 km, em 2025 uma mulher, a holandesa Lotte van der Pol, foi o campeã da classificação geral dos 42,195 km, “derrotando” todos os homens, com 2h54min28s. Esse tempo, aliás, é impressionante por si só – levando em consideração a temperatura de 27ºC já na largada, às 3h15, com sensação térmica de 31ºC, e as subidas, duas mais acentuadas em cada uma das duas voltas.

Andrei Spinassé completa a KLM Maratona de Curaçao de 2025 (KLM Curaçao Marathon/Divulgação)
O inesperado também aconteceu comigo. Depois de “sentir na pele” as dificuldades em 2024, eu voltei a Curaçao muito mais preparado para enfrentá-las. Esperava me sair melhor neste ano, mas nem tanto assim: além de ter reduzido meu tempo em 36 minutos (3h57min16s), vivenciei muito mais a prova de 2025 que a de 2024, o que é sempre meu objetivo ao participar de uma maratona – especialmente a de Curaçao.
Assista ao vídeo curto:
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E as experiências vividas nos dias anteriores também tiveram a ver com isso.

Vista da varanda do meu quarto no Kunuku Aqua Resort (Esportividade)
Cheguei a Curaçao no fim da tarde de quinta-feira, dia 27, depois de uma viagem de avião, iniciada pela manhã em Guarulhos, que envolveu uma conexão em Bogotá, na Colômbia, com a Avianca. Essa é uma das três formas de paulistas chegarem ao país caribenho. Existe ainda um voo direto da Azul que sai de Belo Horizonte; outra opção é a da Copa Airlines com conexão na Cidade do Panamá. Para ingressar em Curaçao, é necessário apresentar certificado de vacinação contra a febre amarela. E, no começo da noite, já estava hospedado no Kunuku Aqua Resort, onde jantei (alimentação inclusa).

Rebocador naufragado na Caracasbaai (Esportividade)
O primeiro passeio da viagem foi uma experiência que nunca tinha tido. Depois de conhecer o forte Beekenburg, fui às águas da Caracasbaai sem equipamento de mergulho, mas com snorkel.

Vista que se tem do barco afundado ao colocar o rosto na água (Esportividade)
O guia levou-me ao ponto exato em que há um rebocador naufragado, a poucos metros da areia, e pude observar o barco (e a vida marinha ao redor dele) só de colocar o rosto no mar.

Almoço em Curaçao: o azul do mar sobressai (Esportividade)
O almoço de sexta-feira foi em um restaurante com vista para o mar do Caribe. E que belo azul! Aliás, quanto a comida, existe ampla variedade gastronômica em Curaçao, especialmente nos centros comerciais, como o do Rif Fort, da capital Willemstad. Holandeses e norte-americanos são a maior parte dos turistas – os primeiros devido ao fato de Curaçao ser um país autônomo dentro do Reino dos Países Baixos, havendo voos diretos da KLM entre Amsterdã e Willemstad; os segundos em razão da proximidade geográfica e dos cruzeiros que por lá passam.
Ainda fiz, na tarde de sexta-feira, um treino de 5 km nas dependências do Kunuku Aqua Resort, me aclimatando à alta temperatura.

Andrei exibe camiseta da KLM Maratona de Curaçao de 2025 (Esportividade)
O sábado, dia anterior à maratona, foi intencionalmente menos intenso, já que teria de estar descansado para a grande prova (coloque grande nisso!). A guia Damaris, a influenciadora e maratonista Camila Monteiro e eu almoçamos em um restaurante com mesas com vista para o mar. Lá tirei foto (acima) com a camiseta que usaria na KLM Curaçao Marathon de 2025. Camila participaria no fim daquela tarde da prova de 5 km.

Mário (21k) e Andrei (42k), participantes do evento (KLM Curaçao Marathon/Divulgação)
E finalmente minha segunda participação na KLM Curaçao Marathon… Sabe como percebi que estava melhor que em 2024? Não só pelo tempo no relógio: passei pela segunda vez – pois são duas voltas – sobre a ponte Rainha Juliana com o Sol discretamente começando a surgir. Diferentemente do que vi lá de cima em 2024, quando já estava mais claro por eu ter demorado mais para chegar ao mesmo ponto no ano passado. Minutos depois de concluir os 42,195 km, encontrei o também brasileiro Mário Pires, que havia acabado de correr os 21,097 km da meia maratona.

Regiane Salomão corre na KLM Maratona de Curaçao (KLM Curaçao Marathon/Divulgação)
Depois de conversar com Mário, capixaba que mora em Curaçao, fui ao encontro dos amigos brasileiros que ainda estavam na prova, Regiane Salomão e Marcel Agarie, casal do Mania de Corrida. Foi uma alegria revê-los! Ambos completaram os 42k.

Andrei com medalhas da KLM Maratona de Curaçao: 2024 e 2025 (Esportividade)
A segunda-feira, 1º de dezembro de 2025, foi de comemoração pela conquista da segunda medalha da KLM Curaçao Marathon, e nada melhor do que festejar no mar do Caribe. Fomos à praia Kenepa Grandi, uma das mais conhecidas da ilha, e almoçamos no restaurante do parque Hòfi Mango. Antes que eu esqueça: recomenda-se o aluguel de um veículo para ir de um lugar a outro da ilha.

Catamarã que leva a Klein Curaçao (Esportividade)
A terça-feira me reservaria um “grand finale”: Klein Curaçao, isto é, “pequena Curaçao”, ilha que pertence ao país. Trata-se de um passeio pago, de barco, para o qual é necessário reservar um dia inteiro. O catamarã que nos levou demorou pouco menos de duas horas para chegar lá, e na ilha permanecemos por mais de três horas. O almoço foi servido na embarcação.

Klein Curaçao: corri nesta praia! (Esportividade)
Dois dias depois da maratona, voltei a correr, e o cenário não poderia ser mais paradisíaco. Foram 3,5 km sem me preocupar com pace, só contemplando a paisagem, me divertindo.

Paraíso caribenho: Klein Curaçao (Esportividade)
E, é claro, entrei na água. Isso é “maraturismo” mesmo, e o que quero dizer com isso? Que a maratona é uma parte de uma viagem de férias.

Minutos antes de voltarmos à ilha principal de Curaçao (Esportividade)
O trajeto de volta foi literalmente uma festa: pessoas de várias nacionalidades cantaram e dançaram sucessos da música internacional, como ABBA; chegando à praia de Jan Thiel, antes de desembarcarem, receberam aplausos dos que estavam em terra.
Falando em festa… Dezembro é um mês em que Willemstad fica bastante enfeitada por ocasião do Natal. E, como a maratona aconteceu no dia 30 de novembro, a decoração natalina já estava montada (assista ao vídeo curto):
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O Esportividade viajou a Curaçao para cobrir (e correr) a KLM Curaçao Marathon (e não só para isso, como contei nesta reportagem) a convite do Curaçao Tourist Board (CTB). As inscrições para o evento de 2026, a ser realizado nos dias 28 e 29 de novembro – com provas de 5 km, 10 km, 21,097 km (em 2025, vencida pelo brasileiro Leandro Marques) e 42,195 km –, já estão abertas.