São Paulo - região metropolitana

Proposta para Pacaembu tem taxa de retorno insuficiente, conclui empresa

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Rugby no Pacaembu (CBRu)

Jogadores de rugby diante do Pacaembu (CBRu)

Uma das empresas que apresentaram neste ano estudos sobre a modernização e concessão do histórico estádio do Pacaembu, Arena Assessoria de Projetos, chegou à conclusão de que “o atendimento ao edital pressupõe um investimento substancialmente superior ao de sua proposta, gerando uma TIR [taxa interna de retorno] insuficiente”, segundo o próprio Diário Oficial da Cidade de São Paulo de quarta-feira, 2 de dezembro. Isso significa que a expectativa de retorno não condiz com os gastos com obras.

A Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo exigia que os estudos contemplassem não apenas a reforma do estádio: também deveriam prever a reforma do complexo poliesportivo e a construção de um estacionamento para 2 mil veículos, por exemplo.

Foram estabelecidas exigências diversas, como a criação de uma “tribuna de autoridades”, a instalação de uma cobertura que preserve todos os elementos tombados pelo Departamento do Patrimônio Histórico e o uso do estádio para eventos institucionais da Prefeitura de São Paulo em dez datas anuais. E tudo isso deveria fazer sentido economicamente para a empresa que fosse explorar comercialmente o Paulo Machado de Carvalho.

A Arena Assessoria de Projetos Ltda (em consórcio com AGR Projetos e Estruturação e Castello Branco, Lobosco e Gama Advogados) afirmou que apresentou uma proposta alternativa ao edital (capacidade, estacionamento e “padrão Fifa”) e que seu projeto contempla cobertura das partes mais nobres do estádio (cobertura parcial), preservando elementos de tombamento e o gramado.

Fernandes Arquitetos Associados (em consórcio com SBP do Brasil Projetos Ltda e Empresa Brasileira de Engenharia da Infraestrutura Ltda) e Associação Casa Azul também apresentaram estudos.

A partir de agora, o secretário Celso Jatene analisará os três projetos e a SP Negócios observará se a modelagem econômica deles está adequada. O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo dará parecer sobre preservação do patrimônio.

Tudo isso vai ser feito antes de ser aberta uma licitação (se ela realmente for lançada). Quem tiver estudos aproveitados, parcialmente ou totalmente, será ressarcido.

Palavras de Jatene em maio de 2015

O secretário reiterou ausência de dinheiro público na modernização do Paulo Machado de Carvalho, que completou 75 anos em abril de 2015. “Não será investido nenhum centavo de dinheiro público nisso; por isso é um modelo de concessão. É lógico que quem investiu terá o direito da concessão de 25 anos para reaver o que investiu, mas o equipamento continuará rigorosamente a ser um patrimônio da prefeitura”, disse.

“Como a área poliesportiva [quadras e piscina] precisa ser modernizada, revitalizada e devolvida para a gestão pública para continuar atendendo a população, pode ser que de R$ 9 milhões o custo operacional [à prefeitura] fique em R$ 3 milhões por ano.”

Rugby

Nesta sexta-feira, 4 de dezembro, a partir das 21 horas, a seleção brasileira masculina de rugby XV vai disputar pela primeira vez um jogo no Pacaembu. A equipe alemã será sua adversária novamente, já que os times já jogaram em Blumenau e a vitória foi europeia. O torcedor deve levar um livro novo ou bem conservado para assistir ao jogo.

Leia também:
Achar parceiro para Pacaembu é mais difícil que para ‘A. Anhembi’
Viva Pacaembu diz: ‘Chamamento público não deveria ter ocorrido’
Projeto de estacionamento para no mínimo 2 mil carros é desafio

Deixe seu comentário


Enviando esse comentário estou ciente da política de privacidade deste SITE JORNALÍSTICO.