Projeto de tenista objetiva que iniciação ao tênis seja feita na escola
Em um país que já viu grandes vitórias de Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten, ainda existe uma grande carência de quadras gratuitas que sirvam para a prática do tênis. Além disso, justamente pela falta de estrutura e de equipamentos em colégios, a modalidade dificilmente é ensinada em escolas. Muitas vezes a criança nem sequer tem um contato inicial com ela.
Mas há quem se preocupe com essa deficiência. Um exemplo é o Tênis nas Escolas, de autoria de Patrícia Medrado, que jogou no circuito profissional durante 15 anos. Fundadora do Instituto Patrícia Medrado, ela coordena o projeto que capacita professores de educação física de escolas municipais de São Paulo para que levem adiante os ensinamentos e treinamentos do tênis.
Incentivo escasso
As escolas que recebem o programa são selecionadas em comum acordo entre o Instituto Patrícia Medrado e a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. No entanto, Patrícia aponta que um grande problema está na falta de estrutura das quadras nas escolas.
“Falam que a quadra é poliesportiva. Entretanto, nela os alunos conseguem praticar basquete, futsal, vôlei e handebol, e o tênis fica de fora por não ter um desenho adequado na marcação do espaço”, disse. Lamentavelmente, o mesmo acontece em diversos parques públicos, segundo a atleta.
Patrícia tem outros projetos de cunho social que envolvem o ensino do esporte em CEUs da capital paulista. “Minha equipe treina e capacita os professores e também crianças e adolescentes interessados.” Nessa empreitada, o instituto doa material para os participantes.
“Falta incentivo do governo, das universidades e também dos pais. Para o futebol, todo mundo está preparado pela facilidade da prática de peladas em qualquer espaço e com qualquer bola”, completa. Além disso, as crianças desde pequenas enxergam seus heróis em jogadores de futebol.
“Muita gente desconhece os termos usados no tênis. Se eu falar em ace, por exemplo, muita gente vai ficar me olhando com cara de ué… No entanto, a maioria sabe como acontece a falta no futebol, por exemplo.”
Investir para mudar o quadro
Mesmo com todos os percalços, Patrícia não se deixa desanimar. Sente-se realizada, principalmente quando vê uma criança que não teria condições financeiras para praticar o esporte cuidando de seus equipamentos com muito amor e dedicação. “Há diversos pequenos que tomam gosto pelo esporte”, afirmou. “Para estes, a raquete e a bolinha viram espécie de brinquedos e eles, mesmo que não percebam o quanto, desenvolvem bastante seu lado motor.”
Segundo ela, o praticante tem de insistir na habilidade. “Há um caso muito famoso recentemente que é o da tenista Teliana Pereira. Essa moça saiu do agreste pernambucano para ser campeã e uma das primeiras no ranking mundial, mesmo sem recursos financeiros suficientes”, contou.
Outra forma de incentivar o esporte é contar com o patrocínio e a ajuda de empresas que queiram investir e ainda ter abatimentos em alguns impostos. De acordo com Patrícia – que começou o instituto por sofrer na pele com gastos de meninas que treinava –, poucas companhias sabem que poderiam ter descontos se patrocinassem o esporte.
Sem desanimar
Aos que queiram começar a praticar tênis ou mesmo incentivar seus filhos ao esporte, mesmo sem muito dinheiro para investir, Patrícia aponta que o melhor jeito é buscar em sua cidade projetos locais, geralmente financiados pela prefeitura, por exemplo.
Para ela, desistir por falta de dinheiro não é uma opção válida. O tênis está se popularizando, e Patrícia espera que cada vez mais pessoas consigam ter acesso à sua prática. Para tanto, não mede esforços. “Minha realização está em tornar o tênis cada vez mais conhecido”, declarou. Para mais informações sobre tênis, confira aqui um guia desenvolvido para tenistas iniciantes.
Gostaria de fazer parte do projeto e meu filho que tem 7 anos tbm.