São Paulo - região metropolitana
Beisebol 02/12/2014

Falta de iluminação de estádio em São Paulo é entrave para salto do beisebol

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Jogo da Taça Brasil de beisebol no Mie Nishi (Andrei Spinassé/Esportividade)

Jogo da Taça Brasil de beisebol no Mie Nishi (Andrei Spinassé/Esportividade)

Quem passa pela marginal Tietê no sentido Penha observa, após a ponte da Casa Verde, de um lado do rio o sambódromo do Anhembi e, do outro, um estádio de beisebol. Mas o que um tem de qualidade, propiciando desfiles noturnos, o outro tem de fraqueza: a iluminação. A falta de luz artificial não permite que haja jogos à noite, o que atrapalha o desenvolvimento brasileiro da modalidade, cuja Taça Brasil interclubes de 2014 chega ao fim em 20 e 21 de dezembro, de semifinais e final. Segundo a Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol, a iluminação do Mie Nishi, que fica no Bom Retiro, “é primordial para um salto”.

O presidente da entidade, Jorge Otsuka, tem ideias para quando for possível realizar partidas noturnas lá. “Se conseguíssemos iluminá-lo corretamente para a prática da modalidade, tenho certeza de que nosso beisebol daria um salto, porque passaríamos a ter jogos noturnos”, disse. “A maioria dos atletas estuda ou trabalha durante o dia; eles, então, não podem praticar o esporte de segunda-feira a sexta-feira. Quando colocarmos luz aqui, poderemos até fazer um campeonato noturno e reforçar os times com jogadores estrangeiros para tornar mais interessante o torneio – de cinco ou seis equipes e de quatro a cinco meses de duração.”

Existe torre de iluminação, mas não funciona (Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol)

Existe torre de iluminação, mas não funciona (Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol)

O mais famoso campeonato de beisebol do mundo, a Major League Baseball, poderia apoiar o projeto caso esse torneio acontecesse para valer. “A major league americana também vê com bons olhos isso aqui. Se nós começarmos a ter um projeto de iluminação, eles também vão nos ajudar”, afirmou Jorge, de acordo com o qual os jogos noturnos despertariam o interesse do público, que poderia criar um hábito de ir ao estádio depois do trabalho.

Mas o presidente diz que a confederação “não tem condições de nem sequer um poste levantar”. A Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação teria, então, de bancar a iluminação.

Questionada sobre isso, a secretaria (Seme) respondeu: “A iluminação do campo principal, que, segundo o coordenador e os usuários mais antigos, nunca funcionou, faz parte desse processo de ampliação da utilização do Mie Nishi. Devido aos custos, contudo, infelizmente a Seme ainda não conseguiu absorvê-la em seu orçamento”.

Confira a resposta completa da secretaria sobre o Mie Nishi, que foi inaugurado em 1958 e estádio de disputas de beisebol nos Jogos Pan-Americanos de 1963:

Existe torre de iluminação, mas não funciona (Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol)

Existe torre de iluminação, mas não funciona (Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol)

“O estádio Mie Nishi é um dos grandes centros esportivos da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação. Faz parte de um complexo que, lançado em 2007, acabou não sendo concluído: o Centro Esportivo e Cultural Brasil-Japão. No último ano a Seme fez esforços com os outros órgãos da Prefeitura de São Paulo para, com as adaptações necessárias, reiniciar o processo de ampliação do espaço. Duas das desapropriações necessárias, por exemplo, foram feitas em 2014, por meio da ação de Seme.

A intervenção mais recente foi feita pelos próprios usuários que, a fim de ampliar as opções da prática e o eventual desenvolvimento de projetos sociais, iluminaram o chamado ‘campo 2’. Essa obra está agora passando pelo crivo do departamento de engenharia da Seme. Estamos em contato constante com os usuários em busca de solução para a construção de mais um campo, no formato oficial, mas sem arquibancadas, o que aumentaria ainda mais a capacidade para o incentivo da modalidade.

A iluminação do campo principal, que, segundo o coordenador e os usuários mais antigos, nunca funcionou, faz parte desse processo de ampliação da utilização do Mie Nishi. Devido aos custos, contudo, infelizmente a Seme ainda não conseguiu absorvê-la em seu orçamento.

Pontualmente, enquanto não se define o projeto completo de ampliação — que resultaria, inclusive, na desocupação por parte dos barracões das escolas de samba ali instaladas — são realizados apenas poucos reparos e obras emergenciais a fim de deixar o equipamento nas melhores condições possíveis para a prática do beisebol.”

A reportagem do Esportividade visitou o Mie Nishi em 22 de novembro e encontrou um estádio com diversos problemas de conservação (vidros quebrados, por exemplo) e sem condições de receber grandes eventos.

Deixe seu comentário


Enviando esse comentário estou ciente da política de privacidade deste SITE JORNALÍSTICO.