São Paulo - região metropolitana
Corrida de rua 05/09/2024

Evento mostra que experiência na corrida pode ser tecnológica e individualizada

Por Renata Sá, repórter do Esportividade

Gráfico mostra crescimento dos eventos esportivos no país (Esportividade)

Em sua quarta edição, em 3 e 4 de setembro de 2024, o TS Summit, organizado pelo Ticket Sports, maior plataforma de vendas de inscrições para eventos esportivos participativos (como corridas de rua) do Brasil, reuniu organizadores de provas e marcas relacionadas ao negócio – além de pessoas interessadas em um dos mercados que, segundo o CEO do Ticket Sports, Daniel Krutman, mais crescem há décadas no país. Durante o encontro, que aconteceu na sede da Unibes Cultural, na zona oeste de São Paulo, convidados das palestras e talks relembraram o passado e arriscaram alguns palpites sobre o que virá por aí no mercado esportivo.

Mesa discute influenciadores e a geração Z nos eventos esportivos (Esportividade)

Em uma das mesas, discutiu-se a “invasão” de influenciadores da geração Z na corrida de rua, porém sem refletir em um aumento significativo desse grupo de pessoas nos eventos. Giovanna Damazio, do Diário da Corredora e pesquisadora sobre o comportamento dos atletas mais jovens, contou que, apesar dessas estatísticas, pessoas com menos de 25 anos estão cada vez mais interessadas em ter uma vida saudável e em compartilhar essa rotina com seus seguidores.

Uma das explicações para tal fenômeno seria que, desde a pandemia de covid-19, houve uma mudança na percepção das pessoas, uma vez que elas têm procurado ter uma vida mais saudável atrelada à prática de exercícios físicos. O que se vê na prática é que, apesar de correrem, pedalarem, nadarem, esses atletas ainda não estão, necessariamente, participando das provas. Tal análise mostra uma possibilidade imensa de crescimento se esses novos atletas forem levados para os eventos esportivos. E não apenas os mais novos. Segundo o TS, no primeiro semestre de 2024, 34,8% dos clientes da plataforma, de idades e gerações variadas, nunca tinham se inscrito em evento algum.

Alguns organizadores de eventos, atentos ao movimento que vem acontecendo desde a retomada após a pandemia, já vêm sinalizando diversas mudanças, inclusive de crescimento, em seus eventos, utilizando-se cada vez mais da tecnologia como uma ferramenta para oferecer uma experiência individualizada aos atletas.

Organizadores de eventos esportivos debatem sobre o futuro e a inserção de tecnologia para melhorar a experiência do atleta (Esportividade)

O limite de participantes da São Silvestre, a corrida mais tradicional do país, subirá de 35 mil para 37,5 mil em 2024. Thiago Mansur, da Sportsland, organizador da Meia Maratona Internacional de Florianópolis, citou a Harry Potter Fun Run, da EA Run, ao exemplificar como o mercado ainda tem espaço para crescer. “É uma prova que você não precisa explicar o que é”, garante.

Anderson Tonon, do Grupo STC Eventos, organizador da Maratona Internacional de Floripa, mencionou a inserção dos patrocinadores em treinões gratuitos que antecedem as provas como uma das formas de aproximar atletas e marcas. Tonon citou as ações com a GO3, marca de suplementos alimentares que chegou recentemente ao mercado. De acordo com ele, ao ofertar os isotônicos e os carbogéis da marca já nos treinos, quando os atletas estivessem nas provas, eles já estariam familiarizados com os produtos e poderiam consumi-los nos pontos de hidratação sem o receio de passar mal.

Já quando o assunto é o uso da inteligência artificial nas provas de participação, há ainda um campo gigantesco a se explorado. Fernanda Curti, da Unlimited Sports, empresa responsável pelo Ironman no Brasil, falou sobre o “trackeamento” como uma ferramenta que possibilita o acompanhamento individualizado dos atletas durante o percurso, principalmente nos desafios maiores. “Quando já se passavam mais de 12 ou 13 horas de prova, os familiares começavam a se dirigir para a área médica em busca de informações [quando, na verdade, os triatletas ainda estavam no percurso]”, revela. Com o auxílio da tecnologia, é possível acompanhar em tempo real o desempenho do atleta.

Apesar do alto investimento para “trackear”, ou seja, para rastrear uma pessoa durante uma prova, especialmente as mais longas, Fernanda trouxe para o debate resoluções, ainda que tecnológicas, porém sem custos diretos ao organizador. Antes de cada edição do Ironman, as informações de ruas e avenidas bloqueadas para o evento são passadas para a empresa de aplicativo de trânsito Waze – como uma forma de alimentar o sistema deles com informações precisas sobre a mudança do tráfego de veículos naquela região. A partir desses dados, as pessoas não participantes são direcionadas para rotas que não coincidam com o local do evento.

Andrei aponta para vídeo gravado por Renata, visto por ele na Vienna City Marathon (Esportividade)

O futuro dos eventos esportivos e do tipo de experiência que o atleta vai ter durante uma prova ainda está longe de ser definido.

O que se pode afirmar, com certeza, é que os atletas, cada vez mais tecnológicos, vêm buscando experiências individuais que os conectem com aquilo em que acreditam. Em Viena, na Áustria, quando a equipe do Esportividade correu e cobriu a prova de 42,195 km, Vienna City Marathon, na capital austríaca, foi possível gravar um vídeo previamente e, quando o editor do guia esportivo passou em determinado trecho, a gravação foi liberada para o atleta que estava na pista, tornando a experiência de correr ainda mais significativa. Assista ao vídeo agora.

Assista ao curto vídeo da tecnológica Vienna City Marathon:

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