São Paulo - região metropolitana
De bem com a vida 30/12/2013

Dicas para corredores e atletas para a prevenção da “canelite”

Por Dr. Gustavo Arliani

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Que corredor nunca ouviu esta história: “Estava melhorando meu tempo e ritmo quando de repente comecei a sentir uma dor chata na perna que foi piorando até eu não conseguir mais correr…”.

Pois é! Essa é uma história bem comum entre praticantes de corrida, e a causa dessa dor normalmente é uma entidade chamada popularmente de “canelite”, a síndrome do estresse tibial medial.

A síndrome do estresse tibial medial é definida pela American Medical Association como uma dor ou um desconforto na perna resultante de atividades repetitivas em superfícies rígidas ou do uso excessivo e forçado dos flexores do pé. Essa síndrome é responsável por 6% a 16% de todas as lesões diagnosticadas em corredores, sendo o terceiro problema mais reportado nessa população.

Os fatores de risco para essa lesão podem ser divididos em intrínsecos (ou pessoais), como variações anatômicas e características físicas do indivíduo, ou fatores extrínsecos relacionados ao esporte, como piso da corrida e calçados utilizados.

Diversos fatores já foram descritos na literatura médica como associados a maior risco de lesões como: falta de experiência no esporte, distâncias excessivas percorridas semanalmente, condição física inadequada para a prática de corrida, presença de lesões prévias, aumento abrupto de ritmo ou distância percorrida na corrida.

Baseado nisso, seguem algumas dicas para a prevenção da “canelite”:

  • Uso de órteses e calçados que absorvem impacto. Esses dispositivos possivelmente absorvem o choque, estabilizam a articulação do tornozelo e diminuem a pronação excessiva dessa articulação.
  • Treinamentos para fortalecimento e alongamento dos diversos grupos musculares dos membros inferiores devem ser realizados antes e durante a temporada de prática esportiva.
  • Escolha de pisos mais macios como grama e terra para a prática da corrida. Esteiras modernas com grande absorção do impacto são  também boas opções para quem deseja praticar a modalidade.
  • Aumento gradual no ritmo e na duração do treinamento. Recomenda-se um aumento semanal de no máximo 10% na duração ou ritmo da corrida.
  • Tratamento adequado e completo das lesões prévias, seguido de atividades de prevenção para evitar novas lesões ou retorno de uma.

Sobre o Dr. Gustavo Arliani

Doutor Gustavo Arliani é ortopedista especialista em traumatologia formado pela Universidade Federal de São Paulo. É um dos autores do livro “Classificação em Ortopedia e Traumatologia”, juntamente com Doutor Moisés Cohen e Diego Astur. Gustavo é um dos dez mais bem colocados na prova para o título de especialista em Ortopedia e Traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT. [email protected] / drgustavoarliani.com.br

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