Curitiba, campeão do Super 10, é motivo até de adiamento de lua de mel
Apesar de a final do Super 10, o Campeonato Brasileiro masculino de rugby, ter acontecido em São Paulo no sábado, dia 8/11, quem assistiu ao jogo no estádio Nicolau Alayon teve a sensação de estar em Curitiba, pois a torcida curitibana foi a mais animada e cantou quase sem parar durante a partida contra o São José. Familiares e amigos dos jogadores do time paranaense viajaram à capital paulista a fim de torcer pela equipe, que poderia obter pela primeira vez o título. Embalados por músicas como “Try, Curitiba; queremos try, Curitiba” (esta no ritmo de “Guantanamera”) vindas das arquibancadas, os atletas curitibanos derrotaram o consagrado time joseense e “foram para a galera” quando o árbitro encerrou o confronto.
O capitão do Curitiba, Diogo Henrique Strapasson, teve toda a torcida da esposa Glenda Fernandes. Eles se casaram em 9 de agosto, mas ainda não puderam ter uma lua de mel à altura. “A prioridade dele é o rugby. A data do cansamento levou em conta a tabela do Super 10 de 2014. Para ele é muito importante. Para mim também o é. Agora vamos poder curtir a lua de mel”, disse Glenda Fernandes. Diogo, que é dono de uma loja, falou sobre sua escolha de priorizar a modalidade: “Eu sempre dava prioridade ao rugby. Todo mundo me xingava, mas depois entendia”. Ele não se esqueceu do treinador: “É uma pena o Lalo, nosso técnico, não estar aqui, pois teve um problema de saúde” .
O pai de Filipe Bicudo torceu muito pelo filho, que já está na seleção brasileira de sevens e tem perspectiva de participar da Olimpíada de 2016, a do Rio de Janeiro. “Chegou o dia deles”, resumiu Fraides, que foi a São Paulo de carro. Filipe conta por que tanta gente foi à capital paulista: “A expectativa por esse jogo era tão grande que moveu muita gente de Curitiba. No clube a energia positiva nesta semana estava muito grande. No fim das contas, sabíamos que seria um jogo duríssimo, mas estávamos tranquilos, pois nós sabíamos que havíamos feito nosso dever de casa. Somos um clube de verdade: quem já jogou nos admira; admiramos que já jogou; torcemos pelas novas gerações”.
Educador físico, Filipe, por treinar com a seleção brasileira em São José dos Campos, ganha bolsas, mas “não são o suficiente para um atleta conseguir suprir todas as suas necessidades e sobrar ainda para ele viver bem, mas a realidade do esporte no Brasil é essa”. “Agora posso treinar mais tranquilo, mas durante muito tempo foi no sacrifício, assim como para a maioria do pessoal de Curitiba continua a ser no sacrifício”, afirmou.
O jogador menciona o trabalho feito pelo Curitiba em comunidades locais. “Queremos ver a molecada jogando; é isso que vai definir o futuro do Curitiba. Precisamos continuar a investir na base, e não só lá: em todos os clubes do Brasil. O Lucas [Mussa] foi das primeiras gerações do projeto. Agora já saem atletas das categorias de base para as seleções brasileiras M17 e M19. Está realmente dando frutos”.
Lucas Willian Santana Guimarães saiu do projeto Vivendo o Rugby, que introduz a modalidade a alunos de escolas municipais, não necessariamente com fins competitivos, mas sempre com objetivos educacionais. “[Seis anos atrás] me chamaram para integrar a base do Curitiba. Eu me apaixonei pela modalidade”, afirmou o jogador, agora campeão brasileiro.