Concedido ao setor privado, Pacaembu ainda precisa de jogos menores
Concedido à iniciativa privada, o estádio do Pacaembu precisará de calendário esportivo variado para ser mais lucrativo, o que, no atual cenário, é factível. Essa é uma boa notícia para o consórcio que venceu a licitação, o Patrimônio SP, formado por Progen e Savona Fundo de Investimento em Participações.
Um histórico recente mostrou que Paulo Machaco de Carvalho reencontrou seu caminho: sem ser a casa principal de algum time grande de futebol, passou a receber mais jogos de divisões de base masculinas e adultos femininos – em média, segundo o blog Olhar Olímpico, um desses a cada três dias nos 90 mais recentes dias.
Levar público ao Paulo Machado de Carvalho no dia a dia será fundamental para que o consórcio recupere o investimento. Só à Prefeitura de São Paulo terá de pagar R$ 111,180 milhões de outorga pela concessão de 35 anos e ainda terá todos os gastos da reforma, que incluirá demolição do Tobogã e construção de edifício multiúso no lugar, obra que motivará o fechamento do estádio por cerca de 28 meses.
Esse novo prédio será o “coração” da estratégia do consórcio, pois abrigará escritórios, bares, restaurantes e centro de convenções, por exemplo. Em entrevista à Veja, o CEO Eduardo Barella disse esperar que 5 mil pessoas passem por lá diariamente. Eventos esportivos menores darão um reforço à economia local, mas não serão o produto principal: outros tipos de eventos, como festas, lançamentos de produtos e casamentos, terão participação maior nas receitas.
A concessão abrange o complexo esportivo como um todo. Segundo o secretário do Governo Municipal, Mauro Ricardo, todas as gratuidades que existem hoje para prática de atividades estão mantidas. “Não haverá mudanças em relação à situação atual”, disse nesta segunda-feira, 16 de setembro de 2019, dia de assinatura do contrato. Até o terceiro ano da concessão, esses espaços também deverão ser reformados pelo consórcio.
A administração do Pacaembu será aos poucos passada para o Patrimônio SP. No 91º dia, a concessionária assumirá completamente a operação do complexo.
Além da outorga fixa, a concessionária deverá também uma outorga variável de 1% sobre a receita bruta da empresa.