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Corrida de rua 22/05/2024

Corri 3 maratonas com smartwatch G-Shock GBD-H2000 (Casio); leia review

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade

Com smartwatch G-Shock GBD-H2000, Andrei prestes a “ganhar energia” na Vienna City Marathon (Esportividade)

A marca de relógios G-Shock, pertencente à japonesa Casio, está bastante associada à juventude, a um estilo de vida arrojado e até radical. É aquele tipo de relógio que aguenta quedas, batidas, pancadas e continua a funcionar, uma vez que foi projetado para isso. O nome “shock” não é mero acaso. Normalmente, porém, não se associa a G-Shock à corrida de rua. Lançado em 2023, o GBD-H2000 coloca a Casio, enfim, na disputa da categoria smartwatches para corredores.

O design do GBD-H2000 é puramente G-Shock, com quatro proteções – laterais, superior e inferior – para a tela. Mesmo em um smartwatch, a resistência continua a ser prioritária. Os sensores (são seis no total: óptico de frequência cardíaca, acelerômetro, giroscópio, magnético, de pressão e térmico) e a funcionalidade de GPS são o que o tornam muito mais avançados do que aqueles G-Shock que utilizávamos nos anos 1990.

Assim que tirei o GBD-H2000-1A9 (meu primeiro smartwatch) da caixa, comecei a explorá-lo por meio dos quatro botões de “navegação” – o quinto, na parte superior direita, é de iluminação. Depois disso, baixei o aplicativo Casio Watches, por intermédio do qual configurei o que eu gostaria que aparecesse quando o modo corrida estivesse ligado. O usuário escolhe as informações que deseja serem exibidas, como pace de momento, pace médio, frequência cardíaca atual, tempo transcorrido e distância já percorrida. O corredor opta pelos dados que serão mostrados em cada tela, bastando, durante o treino ou a prova, apertar botões para avanço ou retrocesso de telas.

Ainda no aplicativo, fiz minha primeira grande descoberta de configuração: para que o GPS ganhe em precisão, é preciso selecionar um modo no app a fim de que as medições via GPS sejam mais precisas, mas com maior consumo de bateria.

Com GBD-H2000-1A9, Andrei corre na Maratona de Luxemburgo (Marathon Photos)

Como os corredores amadores são o público-alvo do GBD-H2000 (apesar de haver outras modalidades com modos exclusivos, como ciclismo e natação), dar início a uma sessão de corrida é simples: basta pressionar duas vezes o enter, botão da lateral esquerda. A recepção do sinal de GPS pode demorar de alguns segundos a, especialmente nos primeiros usos, alguns minutos. Quando é obtido, a atividade está apta a ser registrada.

Ao longo de mais de dois meses de utilização, efetuei diversos testes, em variadas condições, relacionados à precisão dos percursos traçados por intermédio de GPS. Esta não se mostrou muito diferente da de smartphones: em algumas vezes, o GBD-H2000 foi mais preciso que um modelo da Samsung com o aplicativo RunKeeper ligado; em outros, o telefone celular foi superior nesse quesito, e o maior exemplo disso foi um treino na avenida Paulista em que, devido aos altos edifícios, o GBD-H2000 “bugou”, marcando uma distância muito maior que a de fato percorrida.

Os grandes testes, no entanto, foram nas três maratonas das quais participei na Europa nos meses de abril e maio: Viena, na Áustria, Copenhague, na Dinamarca, e Luxemburgo, no Grão-Ducado de Luxemburgo. Nas três, com edifícios mais baixos no entorno que em São Paulo, a distância registrada foi de cerca de 42,75 km, e não 42,195 km, o que pode ser considerável muito aceitável e dentro da margem de erro. Nessas três provas, o GBD-H2000 correspondeu às expectativas.

Andrei consulta GBD-H2000-1A9 durante a Vienna City Marathon, na Áustria (Sportograf)

Outra funcionalidade-chave, o sensor óptico de frequência cardíaca, saiu-se bem. Na semana passada, no parque do Ibirapuera, fiz um treino de 12 tiros de 400 metros cada um, e minha frequência cardíaca máxima, registrada pelo GBD-H2000, foi de 190 bpm. Em março de 2024, antes de embarcar para a Europa, fiz um teste em laboratório em que chegou a 195 bpm.

Além de analisar os dados coletados no aplicativo da Casio (km a km: distância, tempo, ritmo médio, cadência, passo, frequência cardíaca máxima, frequência cardíaca média, subida total e descendência total), o corredor pode ativar uma sincronização por meio da qual as atividades de corrida do relógio passam automaticamente para o Strava, maior app do gênero.

O GBD-H2000, com recursos, como monitoramento de sono, desenvolvidos pela Polar, não apresenta algumas tecnologias mais avançadas oferecidas pelos smartwatches “top de linha” da empresa parceira finlandesa, como GPS de dupla frequência e mapas coloridos exibidos na tela. É, no entanto, R$ 2 mil mais barato que o Polar Vantage V3 e mais resistente. É válido mencionar ainda que, além do carregamento por USB, existe o por energia solar. O preço na loja online da Casio é este: R$ 3.499.

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