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Corrida de rua 31/07/2023

SP City Marathon de 2023 mostra que maratona é individual, e não solitária

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade

Henrique e Andrei correm na 23 de Maio durante SP City Marathon de 2023 (Juliana/Fotop)

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Por mais solitária que uma maratona possa parecer ser, especialmente para quem participa dela sem a companhia de amigos ou familiares, a dinâmica da prova propicia interações inesperadas e a sensação de sentir-se acolhido pela torcida. Fazer parte de um pelotão, com vários atletas correndo no mesmo ritmo, também é uma forma de quebra da solidão. A SP City Marathon de 2023, realizada em 30 de julho, mostrou as várias vertentes do contato humano possibilitado por uma maratona.

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Um grande exemplo disso ocorreu ao completar 11 km, no fim da subida da avenida 23 de Maio. Olhei para o lado esquerdo e vi que um jovem corredor estava com o telefone celular em mãos. Ele falava com a família, dizendo que “só faltavam 31 km”. Poucos segundos depois de encerrar a chamada, puxou conversa comigo. Era Henrique Inácio dos Santos, que me disse que já foi “gordão” e que participava pela primeira vez de uma maratona. Eu lhe contei que se tratava de minha quinta, a terceira do ano de 2023, e acrescentei que o importante era aproveitarmos bem o momento.

Descida da avenida 23 de Maio durante SP City Marathon (Iguana Sports/Divulgação)

Mas logo percebi que conversar não seria boa ideia, devido à mudança da respiração, e ele concordou comigo. Eu lhe desejei uma “boa prova”, que acabou sendo mesmo: 3h17min47s para ele.

Apoio do público na parte em que só maratonistas seguiram em frente (Esportividade)

Na avenida Lineu de Paula Machado, os (futuros) maratonistas encontraram a metade do percurso, enquanto os participantes dos 21,097 km foram em direção ao Jockey Club para concluir sua prova. A essa altura, ouviram-se comentários entre os corredores dos 42,195 km, como “agora que começa”, a respeito dessa separação, que se tornou, na verdade, união, pois “todos estavam no mesmo barco”.

Andrei recebe apoio do público da SP City Marathon (Dalton Yamashita/Fotop)

O maior sentimento de acolhimento no último quilômetro. Centenas de pessoas se reuniram ali, nas imediações do Jockey Club de São Paulo, para apoiar os corredores no fim da prova. Eram membros de equipes de corrida, amigos e parentes de participantes, atletas com medalha da meia no pescoço… Mas não importava se o (futuro) maratonista que passava ali era conhecido ou não: ele era saudado pela multidão.

Pelotão no fim da SP City Marathon (Denise Meirelles Cavallini/Fotop)

Nos 600 metros finais, ainda houve tempo para pequenos pelotões de corredores se formarem naturalmente, incentivando os mais cansados a não desistir de correr.

Depois de um último quarto de prova mais lento, porém sem me sentir exausto, concluí a SP City Marathon de 2023 em 3h38min06s, tempo mais de 25 minutos melhor que o do ano anterior e cerca de quatro minutos pior que o recorde pessoal, obtido em Praga, na República Tcheca. Encerrei, assim, a série de três maratonas em três meses – Praga em maio, Rio de Janeiro em junho e São Paulo em julho –, a qual só foi possível graças à preparação feita em estabelecimentos parceiros de ClassPass. Que venha a próxima maratona!

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