Vice-prefeita defende menos recursos públicos em eventos já abastados
A vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão (PCdoB), diz que a atual gestão da prefeitura objetiva ter um maior equilíbrio e critérios mais bem estabelecidos para investir em eventos esportivos. Segundo a coordenadora do comitê SPCOPA, haverá uma redução de investimento público em eventos que tenham, por exemplo, patrocinadores e boa perspectiva de público pagante.
Nádia cita alguns tipos de eventos: “Há aqueles que necessitam do nosso apoio, pois são importantes para o esporte e às vezes não tem patrocinadores. Daí a prefeitura pode fazer um investimento relativamente maior. Outros têm muita força de mídia e, portanto, poderiam se autossustentar, porque cobram ingresso, tem patrocinadores, então nossa participação poderia ser bem menor do que tem sido. Em outros, ela poderia ser um apoio mais institucional, o que já é um bom apoio, porque, muitas vezes, os eventos querem integrar o calendário da cidade para, com isso, ter tramitação mais rápida de licenças. Às vezes ainda aportamos a organização do trânsito, a limpeza do entorno depois do acontecimento”.
O objetivo disso, de acordo com Nádia, é aplicar mais recursos em políticas públicas ligadas ao esporte e ter mais verba para cuidar dos equipamentos esportivos e para bancar eventos regionalmente relevantes. “Para, por exemplo, um passeio ciclístico na Cidade Tiradentes, não teríamos os mesmos patrocinadores de um no torno do Ibirapuera ou do Villa-Lobos. Necessitamos, então, ter um dinheiro para fazer isso. Se não o tivermos, corremos o risco de vermos uma desigualdade maior entre centro e periferia da cidade”, afirmou.
Ela aconselha promotores de eventos esportivos a esperarem menos recursos vindos da prefeitura. “Talvez seja necessário desenvolver modelos de negócio e patrocínio que não prevejam a mesma quantidade de recursos públicos.”
Mas Nádia, ex-secretária de Esportes, Lazer e Recreação, que exerceu o cargo durante o governo de Marta Suplicy, ressalta que de forma alguma a prefeitura pensa em reduzir os eventos esportivos: “Não queremos perder eventos: podemos ajudá-los de outras formas. Só que precisamos equilibrar um pouco aqueles eventos que têm potencial de público e patrocinadores e diminuirmos um pouco a participação neles com recursos municipais. Não necessariamente apoio tem de ser sinônimo de um grande aporte de recursos”.
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