‘Treinões’ com troféus para campeões estão ‘na moda’ e requerem olhar crítico
De um ano para cá, houve um aumento considerável do número de “treinões”. Quando um evento é vendido com essa palavra, subentende-se que se trata de uma reunião de corredores com o objetivo de praticar corrida de forma não competitiva – afinal, treino é treino, prova é prova. Mas não é o que tem acontecido.
Há “treinões” que inclusive rendem premiação aos primeiros colocados. Alguns deles têm regulamento incoerente: menciona que o evento possui um “caráter não competitivo”, mas diz que haverá troféus para os cinco primeiros.
Em uma corrida regularizada, são diversos os protocolos que precisam ser seguidos, desde a autorização do governo municipal até a contratação de uma ambulância com equipe médica para ficar a postos no local.
Em via aberta à circulação, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, exige-se que haja o aval de uma federação esportiva, caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via e contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de terceiros.
A palavra “treinão” tem sido usada por alguns organizadores – entre os quais há aqueles nem sequer possuem empresa de organização de eventos esportivos aberta – para reduzir custos e exigências. Existem até corridas de trilha de longa distância ocorrendo dessa forma.
Dar força a esse tipo de evento – muitas vezes achando que está levando vantagem por pagar menos na inscrição – é incentivar a insegurança na prática esportiva.
Observação: no município de São Paulo, eventos para mais de 250 pessoas precisam de alvará de autorização.