Treinamento funcional: movimentos do cotidiano são usados a favor do corpo
O treinamento funcional é capaz de agradar a pessoas em situações totalmente opostas: aquelas que estão “travadas” e mal conseguem se abaixar para pegar algo que tenha caído no chão e aquelas que já praticam atividades físicas com regularidade, mas querem mais que musculação. Por isso o treinamento funcional ganha cada vez mais adeptos no Brasil.
O nome tem tudo a ver com ele: o que importa é a função de cada parte do corpo no dia a dia; por isso, o treinamento é baseado em movimentos do cotidiano. “O corpo é feito para o movimento, e, se forem respeitados os limites e os níveis, qualquer pessoa pode fazer o treinamento funcional”, afirmou o professor Marcelo Capella, do Autfit Studio.
De acordo com o especialista, o funcional está à frente de outros tipos de treinos: “Não é um completo para qualquer outra atividade. Considero-o o início de tudo: ele é o principal, e as outras atividades seriam o complemento dele”.
Em uma aula, o aluno pode correr, saltar, empurrar, puxar… Bem como simular situações esportivas, como os passos laterais de um jogo de tênis. “Considero o treinamento funcional o mais completo que existe”, disse Marcelo. “Na musculação você trabalha a parte muscular e só. Você não treina nela a parte aeróbica, a mobilidade, o equilíbrio, a estabilidade, por exemplo… Você fica muito ‘engessado’ nos equipamentos. O treinamento funcional é mais abrangente.”
Entre os aparelhos que podem ser usados estão minibarreiras, bolas, cordas, elásticos, pranchas de desequilíbrio, steps, alteres e kettlebells. “Dificilmente acontece repetição de aula. Sempre há algo novo, um desafio a ser superado. Você trabalha a mesma parte do corpo, mas de uma forma diferente. Você não enjoa. A aula é sempre uma surpresa”, declarou Marcelo Capella, que é criador de uma metodologia própria da qual fazem parte também movimentos de lutas, Pilates e yoga, por exemplo. Também é indicado para deficientes físicos e intelectuais, crianças e atletas de alto rendimento como pilotos de Stock Car, skatistas, canoístas, lutadores de MMA.
Segundo o professor, quando uma pessoa sem muita vivência esportiva inicia o treinamento funcional, vai sentir um pouco de dificuldade nas três primeiras aulas. Depois disso, começará a ter mais facilidade para realizar as atividades cotidianas. “Trazemos a pessoa de volta à movimentação da vida de verdade. Ela recuperará movimentos que fazia quando era mais jovem e manterá com mais segurança, força e resistência os que já faz. Existe uma melhora muito grande nas capacidades físicas: equilíbrio, coordenação, força, resistência, velocidade, condicionamento aeróbico, mobilidade; tudo ao mesmo tempo e organizadamente durante a aula”, contou.
Marcelo recomenda que, no início, o aluno faça duas aulas por semana de uma hora cada uma. No segundo mês, passe para três vezes por semana. Um mês de treinamento funcional no estúdio de Marcelo custa a partir de R$ 320 por mês, o que dá direito a oito aulas de uma hora.