Treinador argentino analisa jogadores brasileiros: são mais velozes e técnicos
O técnico argentino Eduardo Coudet tomou uma decisão, em novembro de 2020, que não é muito comum: decidiu deixar por conta própria o Internacional quando o time de Porto Alegre (RS) estava na liderança do Campeonato Brasileiro masculino de futebol e optou por treinar o Real Club Celta de Vigo, que dava a impressão de que passaria o Campeonato Espanhol 2020/2021 todo lutando contra o rebaixamento. Mas agora em abril de 2021, com 30 rodadas realizadas e com a situação sob controle, o clube está confortável na metade da tabela – e o comandante pode ter tranquilidade para fazer avaliações, inclusive sobre como são os jogos de três potências da modalidade.
O ex-jogador comparou o futebol de três países: Argentina (onde passou boa parte de sua carreira como atleta e iniciou, em 2015, com o Rosario Central, a de treinador, chegando a ser campeão argentino com o Racing na temporada 2018/2019), Brasil (com o Internacional no ano passado) e Espanha (teve uma breve passagem pelo mesmo Celta como jogador em 2002).
“São muito diferentes”, avaliou. “Na Argentina, é um futebol muito mais físico. O futebol brasileiro não tem tanto contato. E os jogadores, fisicamente, são mais fortes do que em qualquer parte do mundo, eu acho. São mais velozes, mais técnicos, mas é um futebol que, se eu for dizer a diferença em relação ao argentino, não tem tanto toque. É um futebol muito bonito, muito equilibrado, que muda muito. É um futebol que se vive, como na Argentina, com um grau de intensidade total.”
“E no futebol espanhol, há uma diferença na velocidade, principalmente na tomada de decisões, em como a bola corre, na velocidade em que a bola é tocada. Bem, todos têm suas características e são diferentes.”
Após ter se arriscado em novembro de 2020, comenta o que o levou a Vigo. “Eu gostei da cidade, do clube. Isso, com certeza, teve muito a ver com a minha escolha, para eu tomar essa decisão”, disse o treinador ao time da Betway, casa de aposta online.
No Celta, o técnico argentino encarou uma situação até então inédita para ele: chegar a uma equipe com um campeonato importante em andamento, mas se saiu bem e cumpriu a missão de tirar o clube da má situação em que ele se encontrava: “Como treinador, é minha primeira experiência não apenas na Europa, mas a primeira vez que não participei da formação do elenco, não fiz uma pré-temporada. É um desafio a mais para continuar crescendo”.
Coudet afirmou à reportagem da Betway que, a cada mudança, evolui como ser humano: “O bom de ter treinado em ligas diferentes é aprender a se adaptar. E, é claro, isso o leva a um crescimento, o enriquece como pessoa, com certeza”.