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Corrida de rua 26/11/2025

Terapia por ondas de choque é ‘martelinho de ouro’ no tratamento de corredores

Por Renata Sá, editora do Esportividade

Sessão de terapia por ondas de choque na clínica Move, em São Paulo (Esportividade)

Se fôssemos comparar nosso corpo a um veículo, certamente haveria diversas semelhanças. A começar pelo cuidado com o tipo de combustível, pois, se for adulterado ou de má qualidade, prejudicará o funcionamento dele. O mesmo pode ser dito da ingestão de alimentos altamente gordurosos ou com excesso de açúcar, por exemplo, os quais também são prejudiciais à “máquina humana”.

Seguindo essa linha, quando batemos o carro, mas não suficientemente grave para uma “perda total” ou para um processo bastante complexo de conserto, é possível usar técnicas menos invasivas, digamos assim, para reparar os danos. E, no caso de uma lesão que não requer uma intervenção cirúrgica, também dá para usar esse raciocínio e encontrar soluções que se assemelhem ao chamado “martelinho de ouro”… Do corpo.

Assista ao vídeo sobre o que é e como funciona a terapia por ondas de choque:


Uma dessas técnicas, sem dúvida, é a terapia por ondas de choque, e ela pode ser aplicada em diferentes tipos de lesões, até mesmo nas esportivas bem comuns em quem pratica corrida de rua, como fascite plantar, síndrome do estresse tibial medial – a canelite –, pubalgia e síndrome da banda iliotibial.

Método não invasivo, a terapia por ondas de choque para tratamento de lesão (Esportividade)

Apesar do nome, o tratamento não dá nenhum tipo de choque elétrico. Muito pelo contrário. A onda emitida pelo aparelho é acústica, que se transforma em energia mecânica, promovendo microtraumas no tecido lesionado. É isso mesmo que você leu! A terapia por ondas de choque vai lesionar um pouco mais sua lesão – só que de um jeito diferente.

“As ondas acústicas de alta intensidade penetram o corpo, estimulando a lesão tecidual e a formação de microbolhas no tecido, fazendo com que o corpo queira regenerar aquela área”, é o que conta a médica do exercício e do esporte Mariana Camargo, assistente no ambulatório e orientadora da residência de medicina esportiva no Hospital das Clínicas – ela também atua na clínica Move, na zona sul de São Paulo, inclusive realizando terapias por ondas de choque.

Médico do esporte avalia ressonância magnética após sessões de terapia por ondas de choque (Esportividade)

No caso da síndrome do estresse tibial medial, a canelite, como a inflamação é óssea por causa das microfissuras na área lesionada, a terapia por ondas de choque ajuda na fabricação justamente de osso. “O nosso corpo é capaz de fazer esse processo sozinho. No caso do osso, o próprio corpo o regenera. Porém, com o uso da terapia por ondas de choque, o processo acontece de forma mais rápida”, explica a médica do exercício e do esporte.

Avaliação de lesão, síndrome do estresse medial tibial, canelite, pelo médico Diogo Figueiredo (Esportividade)

Na prática, no contato do aparelho com a pele, o paciente ouve um som que se assemelha a uma batida repetida diversas vezes. A intensidade é controlada, podendo aumentá-la ou diminui-la, isto é, o som fica mais ou menos veloz de acordo com a resposta ao estímulo de quem está em tratamento.

Não se trata, no entanto, de um processo totalmente indolor. Mas é suportável e, ao longo das sessões, o corpo se acostuma com a sensação, podendo até aumentar a intensidade. “O tratamento pode ser usado para várias tendinopatias, como a do tendão de Aquiles ou a patelar, bem como para dores crônicas, oferecendo um efeito analgésico”, pontua Mariana.

Medição de dobras cutâneas pela nutricionista Patrícia Campos Ferraz (Esportividade)

A terapia por ondas de choque não é invasiva, e cada sessão semanal dura cerca de 30 minutos. A quantidade de sessões é definida pelo médico responsável pelo tratamento. No meu caso, uma lesão que começou em grau 3, mas em exames recentes de imagem foi reduzida para grau 2, a percepção de melhora começou a partir da quinta sessão de terapia.

Esse tipo de recurso pode ser incorporado ao tratamento – desde que a causa da lesão também seja descoberta e, logicamente, tratada. Voltando à analogia do “martelinho de ouro”, não adianta consertar a lataria sem resolver a origem do problema. Uma das possibilidades de diagnóstico para corredores lesionados é a avaliação biomecânica funcional, que serve para identificar o comportamento do atleta durante a corrida, verificando se as passadas, a maneira como o corpo se inclina e o movimento dos quadris facilitam ou não a prática dela.

Cada sessão de terapia por ondas de choque dura menos de 30 minutos (Esportividade)

Com o resultado da avaliação em mãos, o médico responsável opina sobre o tratamento mais adequado, como sessões de fisioterapia e terapia por ondas de choque, além de solicitar exames, como ressonância magnética. Em determinados casos, há ainda a interrupção momentânea da prática esportiva.

Trabalhar equilíbrio ajuda no tratamento atual e a prevenir lesões futuras (Esportividade)

A liberação de um paciente para o retorno à corrida de rua, no entanto, não está relacionada apenas ao resultado dos exames de imagem – segundo a médica do esporte. A resposta à dor no paciente, após a terapia por ondas de choque, o acompanhamento com o fisioterapeuta e a avaliação geral do quadro clínico podem oferecer melhores indicativos ou, pelo menos, mais dados. Por isso é superimportante o acompanhamento profissional durante esse processo.

Sessão de fisioterapia com Viktor Alves na clínica Move (Esportividade)

Além de uma avaliação biomecânica funcional, feita por Viktor Alves, especialista em fisioterapia musculoesquelética pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC FMUSP), o profissional também me auxilia nas sessões semanais de fisioterapia na clínica Move.

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Dra. Patrícia Campos Ferraz (nutricionista) e Dr. Diogo Figueiredo (médico do esporte) na clínica Move, em São Paulo (Esportividade)

Faz parte do meu tratamento o acompanhamento pelo médico do esporte Diogo Figueiredo e pela nutricionista Patrícia Campos Ferraz.

Para agendar uma consulta, acesse a página da clínica Move. Ela está localizada na rua João Lourenço, 222, na região do portão 7 do parque do Ibirapuera, em São Paulo. Funciona de segunda-feira a quinta-feira, das 7h às 20h, e às sextas-feiras, das 7h às 19h.

“Descolamos” o cupom Esportividade, que garante de 10% de desconto nas consultas com a Dra. Patrícia Campos Ferraz (nutrição), com o Dr. Diogo Figueiredo (medicina do esporte) e com o fisioterapeuta Viktor Alves.

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