Supertênis da Decathlon: Kiprun KD900X LD+ é modelo que merece chance
Kiprun KD900X LD+, tênis com placa de carbono (Esportividade)
A Decathlon é o playground do esportista. Concorda comigo? Ir a uma das unidades da loja de origem francesa é realmente agradável para quem pratica esporte. Vários dos produtos que estão lá à venda são de marcas da própria empresa. E não poderia deixar de ser o caso para os tênis de corrida. É por isso que existe a Kiprun. E não se trata de uma marca com apenas tênis de entrada: o Kiprun KD900X LD+, com placa de carbono e voltado a longas distâncias, é um claro exemplo de que merece ser considerada até por corredores mais experientes.
Até semana passada, no máximo eu havia testado um Kiprun brevemente na esteira da loja da avenida Paulista, 854. Isso, porém, mudou de uma semana para cá: ao receber o supertênis Kiprun KD900X LD+, no mesmo dia fui à academia e encarei o desafio de completar uma meia maratona (21,097 km) na esteira. Seis dias depois, repeti a distância – desta vez, no parque da Aclimação, na zona central de São Paulo.
Antes de tratar da experiência de corrida, vou abordar a sensação ao calçar o KD900X LD+. Como tenho preferido tênis que não fiquem justos nos pés, optei por um número maior que o usual, mas isso não seria necessário desta vez. Recomendo, aliás, que você vá a uma Decathlon para se certificar da melhor numeração para você – que pode ser até abaixo da que você previa. O ajuste é certamente a maior questão do modelo (para algumas pessoas, talvez fique largo na região do calcanhar, por exemplo).
O cabedal, a seção superior que envolve os pés, é mais grosso e rígido que o de outros supertênis, o que tende a aumentar a vida útil dele. “O cabedal é feito de malha circular e acabamento 360° no calcanhar, garantindo conforto mesmo após muitos quilômetros”, diz a fabricante.
Supertênis Kiprun KD900X LD+ (Esportividade)
Já nos primeiros passos com o Kiprun KD900X LD+, chama atenção o som (é isso mesmo, o som) da entressola com VFoam Plus, uma espuma feita de 100% Pebax, um “polímero leve, flexível e com excepcional retorno de energia”, segundo a Decathlon. A entressola combina-se à placa de carbono, formando o “conjunto de propulsão”.
Apesar de o recorte na região central dar a impressão de criar instabilidade, o KD900X LD+ é, sim, bastante estável – tanto na esteira como em curvas e ondulações. Não é tão leve quanto outros supertênis (são 219 gramas, segundo a Decathlon, no tamanho 40 e 252 gramas no meu 43), mas não vi problemas nisso em ambos os treinos.
Percebi um equilíbrio entre amortecimento e desempenho, assim como acontece no sensacional adidas Adizero Adios Pro 4, que para muitos é o supertênis da temporada. Embora o modelo da marca francesa não esteja no mesmo patamar do da marca alemã, o da francesa tem a vantagem de custar R$ 500 mais barato (R$ 1.499,99 versus R$ 1.999,99, preços cheios), e é justamente essa a proposta da Kiprun.
Nos dois treinos, na esteira e no parque, o testei em velocidades diferentes, e saiu-se muito bem nas mais diversas, inclusive no último quilômetro, em ritmo de “sprint final” (ao ar livre, a 4min21s por km). Mas é claro que nem de perto me aproximei do pace de Méline Rollin, que, com o KD900X LD+, bateu o recorde francês de maratona em 2024: tempo de 2h24min12s.