Sem provas devido ao novo coronavírus, fornecedores de corrida se reinventam
Há mais de um mês de meio, o mercado da corrida está praticamente parado devido às restrições impostas pelos governos para tentar conter a pandemia de covid-19. As empresas organizadoras são as mais lembradas quando se pensa na cadeia produtiva da corrida de rua, mas outros vários fornecedores integrantes dela também sofrem os efeitos da paralisação. Existem, no entanto, exemplos de reinvenções do próprio negócio para ao menos alguma receita ser gerada.
Enquanto as provas pedestres estão suspensas, a LF Running, que geralmente confecciona camisetas e promove alguns eventos, aproveita as máquinas de corte e costura que possui para fazer máscaras e aventais cirúrgicos. “É o que tem para fazer para quem tem confecção”, disse o proprietário Lucas Froes.
“É com isso que temos conseguido segurar, isto é, ter o que comer e beber, pagar as contas de luz e água. O custo desses produtos é baixo, então não tem como o lucro ser alto [com poucos funcionários].”
Segundo ele, a parte de estamparia está parada. A venda de máscaras e aventais é feita para quem os revende para hospitais. Essa pessoa leva o tecido à LF, que o costura.
Empresas organizadoras de corridas já começaram a solicitar máscaras personalizadas, já que é bem provável que, no retorno das provas, elas sejam entregues no kit.
Os fotógrafos de corrida também estão parados. O dinheiro que ainda entra é o de venda de fotos antigas, que não é muito. Por causa disso, o Fotop acelerou o desenvolvimento do FotógrafoJá.
No novo serviço da empresa, os profissionais cadastrados podem aceitar trabalhos de fotografia de outros segmentos. Um exemplo: para mostrar em um aplicativo as fotos de seu cardápio, um restaurante precisará contratar um fotógrafo, e o FotógrafoJá faz essa intermediação.
Sem provas, a voz dos locutores não é ouvida há tempos. Uma nova ideia, porém, começou a mudar essa situação no domingo, 26 de abril de 2020. Graças à Pace4Run, da ChronoMax, Leandro Pricoli voltou a apresentar uma corrida, que era virtual, ou seja, cada participante estava em um lugar diferente – inclusive na esteira ou dentro de casa.
Leandro comandou uma “live”, transmitida via YouTube, em que, além de exercer a função tradicional de locutor, interagiu com os participantes e apresentou tempos parciais – cadastrados pelos próprios atletas.
Não se sabe quando as corridas voltarão às ruas. Apesar de o governador João Doria ter anunciado o Plano São Paulo, o de flexibilização gradual da quarentena, ainda não foi dada informação alguma a respeito dos eventos esportivos participativos, que tendem a ficar “do meio para o fim da fila” do retorno.