Salto de caminhão em chamas é cena mais marcante da Truck, diz público
O público da Fórmula Truck ainda aponta como momento mais marcante da categoria no autódromo de Interlagos o acidente de “Mad Macarrão” ocorrido há quase 11 anos. Na ocasião, em 2003, o piloto Eduardo Fráguas precisou saltar do caminhão – sem freios – em chamas no S do Senna. Já estava sem capacete no momento do salto, pois já havia pegado fogo. O competidor teve a preocupação de evitar um acidente de maiores proporções; por isso tentou desviar da mureta dos boxes, onde havia dezenas de integrantes de equipes. O veículo parou em uma barreira de pneus e lá continuou a pegar fogo. Já a etapa paulista de 2014 não será muito lembrada, uma vez que não foi das mais emocionantes: foi dominada por Leandro Totti, piloto de um Volkswagen-MAN da RM Competições.
Os espectadores da Truck são, em sua maior parte, pessoas que trabalham com transporte ou caminhões em si, gostam de velocidade e de ficar por dentro dos lançamentos do mercado. Quem estava na arquibancada A do autódromo paulistano neste domingo, 18 de maio, pôde acompanhar “de camarote” o tradicional show dos caminhões rodantes, criado por Aurélio Batista Félix, que esteve à frente da categoria até 2008, ano de sua morte. Agora é gerida por esposa, Neusa, e filhos.
O motorista de van Antônio Ledemar, morador de Pirituba, disse terem sido marcantes o último show de Aurélio que viu em Interlagos e o acidente de Macarrão. “Ele passou por nós [arquibancada descoberta A, no início da Reta dos Boxes] com o caminhão já pegando fogo. Já havia dado umas duas voltas com fumaça saindo do caminhão”. Sobre o espetáculo, ainda se impressiona com que os filhos de Aurélio fazem: “O cara desceu do caminhão e o deixou rodando. E o Aurélio dava aquele 360º e você não acreditava no que ele conseguia fazer”.
O motorista e proprietário de um caminhão-tanque Rogério Conceição, de Guarulhos, também mencionou o acidente de Macarrão. “Nós ficamos na expectativa de ver essas coisas”, disse. “Geralmente o pessoal vem para as corridas para ver o que acontece – não que queira ver um grande acidente. Qualquer movimento diferente que o caminhão faça, como uma derrapada, anima o pessoal. Mas alguém se machucar desanima todo mundo.” Além disso, aprecia “a brincadeira que eles fazem com os caminhões” e os lançamentos das montadoras, que desfilam pela pista antes da prova.
Sidnei Bramante, dono de uma oficina mecânica em Sorocaba, foi outro que citou Macarrão (“Todo mundo ficou apreensivo”) e valorizou o show de Aurélio: “Era chique demais”.
O motorista de caminhão Alexandre Ataíde, que mora em Jundiaí, não viu de perto o caminhão de Macarrão em chamas e considerou interessante o fato de ver as novidades que as marcas apresentam. Sua esposa, Quitéria, aprecia o evento em si: “Gosto disso daqui, de muito movimento. Gostei neste ano de poder tirar foto para poder levar de recordação, algo que não havia nos anteriores. Gosto de ver a Débora Rodrigues; sou fã número um dela”.
Totti, um dos companheiros de Débora, não dá chances a ninguém neste ano: venceu as três provas já realizadas nesta temporada. Em Interlagos, seu também parceiro Felipe Giaffone foi o segundo colocado.