‘Rua Palestra Itália’: GPS pode levar torcedor à represa, não ao Allianz Pq.
Observação: a lei número 16.167 também alterou o nome da primeira rua Palestra Itália, que agora se chama Terceiro Lago, mas o popular aplicativo Waze, por exemplo, ainda não atualizou seu banco de dados.
O trecho da rua Turiassu entre os números 1643 e 2237 foi renomeado para rua Palestra Itália, o que foi promulgado pela Câmara Municipal de São Paulo. A homenagem é válida e justa, mas ela pode ocasionar confusões para quem desejar chegar ao Allianz Parque com a ajuda de GPS. Isso porque já há uma rua Palestra Itália na capital paulista, na região da represa de Guarapiranga, na zona sul. Quem não prestar atenção poderá ser “mandado” para perto do Solo Sagrado da Igreja Messiânica, um dos pontos mais remotos da cidade.
De acordo com os Correios, a primeira rua Turiassu fica no Parque do Terceiro Lago. O Google chama aquele bairro de “Jardim das Palmeiras”, o que aumenta a confusão para usuários de GPS desavisados ou desatentos.
Pelo menos a mudança de nome de parte da Turiassu minimiza algumas divergências “clássicas”. Há três grafias para a palavra: “Turiassu” (Correios), “Turiassú” (placas) e “Turiaçu” (como defendem alguns, já que não há dúvidas sobre Cabuçu, Embu-Guaçu, Paraguaçu etc).
O outro trecho da Turiassu, antes da praça Marrey Júnior, mantém-se com nome intacto. Palestra Itália era como chamava-se a Sociedade Esportiva Palmeiras até 1942.
O que diz o “Dicionário de Ruas” da prefeitura sobre “Turiassu”:
Uma das primeiras ruas a serem abertas no então “Campos das Perdizes”, ela recebeu inicialmente o o nome de “rua das Perdizes” e começava na atual rua Cardoso de Almeida (que era a antiga “rua Thabor”). Com este nome, rua das Perdizes, a atual Turiassu aparece representada em um mapa de 1896.
No ano seguinte, ela já era denominada como “rua Turyassu”, grafia que aparece no Mapa da Cidade de 1897. Naquela época, ela começava na “rua Thabor” e terminava poucos metros além da atual rua Minerva.
A denominação “Turiassu”, utilizada desde finais do século XIX, seguiu o tema topônimos indígenas, que foi aplicado em alguns logradouros do bairro como as ruas “Traipu” (cidade do Estado de Alagoas) e “Itapicuru” (rio da Bahia). Nesse sentido, Turiassu é uma homenagem à cidade de mesmo nome localizada no Estado do Maranhão.
Na língua Tupi, “Turiassu” significa “facho grande”, tocha, fogueira ou farol, numa alteração do original “tory-assu”. A respeito da grafia correta (Turiaçu ou Turiassu) existem divergências. O autor Luiz Caldas Tibiriçá na sua obra “Dicionário de Topônimos Brasileiros de Origem Tupi” aponta a grafia Turiaçu como a correta, mas diz que o termo do Tupi antigo, do século XVIII, era tory-assu.
Já o professor Francisco da Silveira Bueno, em seu livro “Vocabulário Tupi-Guarani Português”, adota a grafia Turiassu. Em São Paulo, desde a primeira legislação que oficializou essa rua (resolução número 257 de 1923), a grafia adotada foi Turiassu.