Rio-2016: torcer por esporte é o 1º grande legado olímpico em São Paulo
As partidas de futebol dos Jogos Olímpicos-2016 em São Paulo resgatam um tipo de comportamento que normalmente não está presente nos estádios da cidade. Raramente se vai a um local como a Arena Corinthians apenas para se ver o espetáculo: o que se faz é torcer (e sofrer). No entanto, no Rio-2016, o que mais vale para o espectador é simplesmente presenciar a disputa de históricos jogos na zona leste paulistana. E, na maior parte dos casos, lá se torce por esporte, pura e simplesmente – não por paixão. Aí está a grande diferença entre partidas do cotidiano do futebol brasileiro e as que são jogadas em Itaquera neste começo de mês de agosto.
Torcer por esporte significa o ato de apoiar uma equipe sem necessariamente sofrer por ela. A maioria das 30.295 pessoas que viram a vitória do Canadá por 3 a 1 sobre o Zimbábue na tarde de sábado passado, 6 de agosto, deu apoio à seleção africana e vibrou com o seu gol, mas a derrota do time de camisa amarela não causou consternação: era esperada. Trata-se aqui de torcer pela equipe de menos tradição.
O mesmo vale para as 37.475 pessoas que assistiram a Alemanha 2×2 Austrália. A maior parte da torcida esteve com a seleção “amarelinha”, mas vibrou com alguns belos lances protagonizados pelo time alemão. Esta é outra diferença entre a torcida tradicional e a esportiva: a capacidade de reconhecer o mérito do “adversário” imediatamente.
O único ato que quebra a beleza de tudo isso é o fato de alguns gritarem “bicha” assim que uma goleira cobra um tiro de meta. E, nessas horas, se lembra que se está em um estádio de futebol brasileiro.
Entretanto, diferentemente do que se vê em estádios brasileiros normalmente, as famílias marcaram muita presença no sábado de rodada dupla feminina do futebol do Rio-2016. Isso foi impulsionado pelo baixo preço dos ingressos, que custavam de R$ 20 a R$ 70. Muita gente teve a oportunidade de ir à Arena Corinthians pela primeira vez, principalmente não corintianos.
É possível se divertir muito com esporte sem necessidade de paixão por um time ou um atleta. Se esse mesmo comportamento tivesse continuidade no ano inteiro – e nas mais diversas modalidades –, as arquibancadas estariam mais cheias. E assim o esporte profissional como um todo seria muito mais valorizado, acompanhado e apoiado. E não apenas uma vez a cada quatro anos.
Seleção brasileira pode jogar aqui:
Rio-16: Brasil masculino joga em SP, em Itaquera, se for líder de grupo
Como chegar ao Itaquerão:
Saiba como chegar à Arena Corinthians para ver as partidas olímpicas
Mais dicas de locomoção:
Evite ir de carro à Arena Corinthians em dias de jogos olímpicos de futebol
Economizando tempo:
Rio-2016: você pode driblar a multidão na Arena Corinthians; saiba como
O que pode e o que não pode:
Dez dicas para quem vai ver jogos de futebol do Rio-2016 em São Paulo