Redenção e um ‘corre’ entre amigos: como foi a SP City Marathon de 2023
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A sexta edição da SP City Marathon, realizada no dia 30 de julho de 2023, ficou marcada como a prova do acerto para o Esportividade – além de ter sido uma oportunidade para festejar, na “balada de tênis”, com os amigos. Se na edição deste ano as coisas se encaixaram para o guia esportivo, na do ano anterior o oposto aconteceu.
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Desde o início da cobertura jornalística de maratonas nacionais e internacionais feita pelo Esportividade, o editor e maratonista Andrei Spinassé e eu estabelecemos as estratégias da prova, os tipos de treino, a alimentação e, no dia do evento, os nossos pontos de encontro e o compartilhamento da localização – a fim de achá-lo na multidão e acompanhar o rendimento dele.
Mas naquela fatídica manhã de 31 de julho de 2022, perdi a largada, o aplicativo de localização simplesmente não funcionava, nos desencontramos na avenida 23 de Maio e ficamos horas incomunicáveis. E, lá na pista, as coisas também não foram muito bem. Perto da hora do almoço, recebi duas mensagens: “enjoado” e “posto médico”. Desmoronei. E seu meu despertador tivesse tocado cinco minutos antes? E se eu não tivesse errado o acesso à ponte do ponto de encontro? E se eu tivesse conseguido telefonar antes da largada? E se…
Desde então, participamos de outras coberturas de maratonas, mas ainda faltava a “muralha” SP City Marathon. E para enfrentar um gigante foi preciso disciplina e treinamento. Para essa parte, contamos com o ClassPass, que apoia o Esportividade.
Mas não só isso. Na noite anterior à prova, me peguei lendo um trecho de “Correr: o exercício, a cidade e o desafio da maratona”, do médico e maratonista Drauzio Varella, que dizia que quem corre uma maratona se mete em uma aventura apenas com o objetivo de chegar ao fim. Diante de tal afirmação, bastante contundente, mas que ainda não explicava o que levaria tantas pessoas a desafiar o corpo e a mente, questionei o Andrei: “Por que uma maratona?”.
Após a surpresa inicial, respondeu que corre para mostrar que é possível superar os desafios das corridas de longa distância – além de conseguir, por meio de seus textos publicados no Esportividade, propor reflexões e até incentivar outros corredores. Mais de 12 mil pessoas, entre os participantes da meia e da maratona, mostraram no último domingo que Drauzio e Andrei não estão sozinhos.
E foi nesta edição da SP City Marathon que veio a nossa redenção: na largada noturna na região do Pacaembu, nas passadas mais silenciosas na 23 de maio, no agito do túnel em que um DJ colocava os corredores para dançar, na separação entre os atletas da meia no Jockey Club de São Paulo e os que continuariam para, finalmente, completar 42,195 km…
Se em Praga, na República Tcheca, em maio de 2023, a maratona foi marcada pela presença massiva dos familiares, a de São Paulo foi a prova dos “parças”. E eram muitos na pista e na torcida, que se aglomerava na região final do percurso. A formação dos pelotões para cruzar a linha de chegada também tinha uma dinâmica de amizade. Ali era possível enxergar o companheirismo de quem não estava em busca de RP (recorde pessoal) ou de uma bela performance.
Perdi-me na contagem dos que diminuíam o passo para segurar a mão do companheiro, me fazendo lembrar o famoso “ninguém solta a mão de ninguém”, para então passar pelo pórtico que separa meio-maratonistas e maratonistas de pessoas que, assim como eu, ainda sonham em fazer uma maratona.
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