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Prefeitura prepara plano estratégico de esportes de São Paulo com a Unesco

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
José de Lorenzo Messina (Estella Cezare/Seme)

José de Lorenzo Messina (Estella Cezare/Seme)

Os meses que restam a José de Lorenzo Messina como secretário municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo terão basicamente três frentes: uma é aprimorar o diálogo com a iniciativa privada para possíveis parcerias; outra é analisar a oferta e a demanda do esporte na capital paulista; a última – e não menos importante – é motivar os seus funcionários. O engenheiro de produção, com larga experiência na direção de empresas, entrou no lugar de Celso Jatene, que voltou a ser vereador e vai tentar se reeleger em 2016, em 1º de abril. No primeiro mês no cargo, fez o diagnóstico da situação da Seme. E, em 2 de maio, recebeu a reportagem do Esportividade em seu gabinete.

Uma das novidades contadas por Messina foi o plano estratégico de esportes da cidade. “É uma parceria que fizemos com a Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, baseada em uma  série de entrevistas e reuniões envolvendo toda a comunidade esportiva paulistana. O próximo governo poderá pautar toda sua política esportiva desenvolvimentista nesse plano, que de fato vai mostrar onde existem as demandas e onde está a oferta. É um mapeamento”, disse. O plano será apresentado ao público em setembro, mesmo mês da décima edição da Virada Esportiva.

Internamente ele já pôde perceber, nesse mês de trabalho, o que está em falta: profissionais de educação física. “Quanto o Celso Jatene entrou, havia 1.400; hoje há 900. Muita gente se aposentou. Uma das coisas que pleiteio é a abertura de um concurso público de educadores físicos para a secretaria. Estamos chegando a uma situação crítica, muito delicada”, revelou o secretário.

Uma das especialidades de Messina são as leis de incentivo ao esporte. Ele chegou à secretaria também para fazer a municipal evoluir. “Nossa lei foi muito pouco aproveitada. No dia 9 de maio vamos publicar o edital de 2016 dela. As dotações orçamentárias dependem da disponibilidade de verba da prefeitura. Houve algumas análises e mudanças para facilitar o ingresso das empresas. A lei estadual – com uso do ICMS – é muito boa, tudo via site [a destinação do recurso pelas empresas]. Não chegamos lá ainda quanto à informatização, mas o objetivo para a edição seguinte é que seja assim”, afirmou.

A Lei Municipal de Incentivo ao Esporte permite que pessoas físicas e jurídicas contribuintes dos impostos paulistanos Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) destinem uma parte do seu imposto devido para fomentar projetos esportivos na cidade aprovados pela Seme.

Outra iniciativa de Messina é a premiação das melhores iniciativas esportivas. “Criei um prêmio de inovação no esporte. Será entregue em novembro. São 6 categorias: ‘a melhor reportagem esportiva’, ‘a melhor fotografia no esporte’, ‘o melhor aplicativo’, ‘o melhor modelo de negócio para o esporte’, ‘o melhor projeto social’ e o ‘melhor design de produto’. As inscrições vão ser feitas pela internet”, disse o secretário, o qual também propôs o “Domingo do Pé”, para doação de sandálias a ONGs, e uma feira do pastel na praça Charles Miller, diante do Pacaembu.

O estádio municipal é uma das apostas de Messina. Mesmo que não apareçam interessados em reformar, restaurar e obter a concessão do Paulo Machado de Carvalho, o secretário espera que o complexo esportivo tenha uma agenda cheia. “Temos de fazer o Pacaembu ser mais acessível para a cidade de São Paulo, dar para as pessoas conhecimento dos tesouros que lá estão, como a piscina e a quadra de tênis. Cada vez que alugamos o estádio, o dinheiro vai para um fundo municipal de esporte da secretaria. É dinheiro na veia. E temos de agir como iniciativa privada, então, para tentarmos promover eventos lá”, disse José, de acordo com o qual surgirão interessados nas obras do Pacaembu, orçadas em R$ 387 milhões – no mínimo –, conforme a viabilidade do negócio.

“O empresário colocará o dinheiro de tiver possibilidade de retorno. Não há muita surpresa. Isso é independente do momento econômico, pois existe em São Paulo demanda reprimida de locais como o Pacaembu. É importante que sejam respeitadas as demandas da população local e da de São Paulo como um todo. É preciso equilibrar com sabedoria essas pressões.” O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico ainda analisa se os dois estudos enviados à prefeitura respeitam o tombamento.

Nesta semana o guia Esportividade publicou reportagens com as novidades contadas pelo secretário José de Lorenzo Messina na entrevista. Confira o calendário dos textos:

3.mai: Circuito Popular de corrida
4.mai: Legado olímpico em São Paulo
5.mai: Como será a Virada Esportiva-16
6.mai: Secretaria de agora ao fim do ano

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