Por falta de apoio, maratonista brasileiro é mais visto na Europa que no Brasil
Uma das maiores emoções dos corredores amadores durante as provas é acompanhar “de camarote” a participação dos profissionais. A velocidade deles impressiona – o ritmo é o dobro (ou até mais) do adotado pela maioria dos participantes. Um dos principais maratonistas brasileiros, porém, não é visto muito por aqui; consequentemente, os amadores daqui quase não têm a chance de vê-lo em ação de perto. Paulo Paula mora em Portugal, mais precisamente em Moita, no distrito de Setúbal.
O atleta, que foi o oitavo colocado nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e 15º nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 e participará do Mundial-2019, está entre Portugal e Brasil desde 2011. Treina quase todos os dias em uma pista pública localizada na beira do rio Tejo, o mesmo que banha Lisboa.
Em Portugal, Paulo Paula conseguiu a tão almejada estabilidade financeira para conseguir treinar em paz. “Aqui, ganho uma ajuda de custo do clube [Run Tejo]. Eles me dão todas as condições, como viagens, alimentação, massagista, nutricionista, exames médicos. E eu não tenho isso em meu país”, disse em entrevista ao site de apostas Betway.
O maratonista é beneficiário da Bolsa Atleta no Brasil, mas, segundo ele, não foi efetuado o pagamento de 2018. “Falo a realidade, e é lógico que as portas se fecham”, afirmou sobre a sinceridade.
Uma declaração forte foi dada por ele: “Se hoje tenho as minhas coisas, isso é graças a Portugal. Quero defender a minha bandeira em Tóquio, representando a mim mesmo [mas com a camiseta do Brasil]. Se não tenho uma ajuda de um país [no caso, Brasil], por que eu me sacrificaria por ele?”.
No fim da entrevista, Paulo declarou sua paixão pelo esporte: “Correr é a coisa mais importante da minha vida e sou feliz com minha profissão”.
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