Plano do ginásio do Anhembi avança, e Ibirapuera tende a ser desbancado
A dependência do tradicional ginásio do Ibirapuera para a realização de eventos esportivos internacionais na cidade de São Paulo, como o UFC e jogos das seleções brasileiras de vôlei, pode estar com os dias contados. O ginásio do Anhembi promete ser o maior e o mais moderno do Brasil.
Anunciado no início do ano, o plano da Prefeitura de São Paulo e da SPTuris avançou, e neste momento são analisados os estudos apresentados para que se possa abrir uma licitação. Os projetos apresentados, segundo o presidente da SPTuris, Alcino Reis Rocha, “são maravilhosos”.
A “arena multiúso coberta”, como é chamada, será erguida bem ao lado da concentração do sambódromo do Anhembi. Quem a construir terá direito de explorá-la comercialmente, e o poder público apenas cederá o terreno, ou seja, não ajudará financeiramente o empreendimento.
“Uma arena multiúso é um equipamento que já se discute há décadas na cidade; um que possa receber grandes shows e eventos esportivos e que possa servir como centro de convenções. Infelizmente não o temos ainda”, disse Alcino Reis Rocha em entrevista exclusiva ao Esportividade.
Cinco estudos foram aprovados pela comissão especial que analisa o caso. Entre os proponentes estão WTorre (que é parceira do Palmeiras no Allianz Parque), Time for Fun (gigante brasileira do entretenimento) e IMX (IMM, que realiza, por exemplo, o Rio Open de tênis).
O presidente da SPTuris afirmou que o futuro ginásio do Anhembi vai oferecer algo que elas não encontram em lugar algum da capital paulista. “Todas elas estão animadas, pois a maior parte delas já realiza eventos na cidade de São Paulo, algumas delas já possuem equipamentos no município, mas todas elas dizem que nenhum tem as características desse novo, mesmo os estádios de futebol.”
Alcino Reis Rocha ficou satisfeito com os estudos apresentados. “Nosso sentimento é o de que o resultado foi espetacular. O desafio agora é escolher naqueles projetos as melhores soluções de forma fundamentada. Queremos ainda neste ano anunciar a data de licitação. O prefeito inclusive determinou que façamos isso imediatamente. Desejamos apresentar isso como mais um presente para a cidade de São Paulo”, declarou.
Questionado se um projeto dos cinco será considerado o vencedor ou se haverá uma solução híbrida, disse: “A tendência é esta, você pegar algumas soluções de cada um. Na verdade, na própria licitação ainda existe margem para você eventualmente, ao compor essas soluções, apresentar algumas outras, mas sempre respeitando as funcionalidades estabelecidas no edital”.
Mas mesmo quem não apresentou estudos poderá participar da licitação. “É completamente aberta. Tanto é assim que você prevê determinado valor que depois, no empreendimento, tem de ser pago para quem fez o projeto (ou partes dele). Se você tiver usado um pedaço de um, um pedaço de outro, [você pagará] para quem fez o estudo.”
Sobre as chances de o ginásio do Anhembi sair do papel, respondeu: “Vamos lançar a licitação. É preciso ter interessados. Imaginamos que, mesmo com a situação econômica do país, vão existir. De nossa parte, 100% de lançamento do edital. Nós temos expectativa de que o nível de interesse seja grande. Mas quem vai ter de responder a isso será o mercado”. Os projetos apresentados, em média, custam de R$ 300 a R$ 350 milhões para serem executados na zona norte paulistana.
Estudos preliminares deveriam atender às condições a seguir: o modelo de negócios necessitaria considerar que a remuneração do interessado se dará exclusivamente pela exploração dos ativos do ginásio, sem uma previsão de contraprestação pecuniária ou aportes de recursos por parte da SPTuris ou da Prefeitura de São Paulo; o termo “Anhembi” vai ter de compor o nome do ginásio, mesmo na hipótese de exploração dos direitos de nome por terceiros; deverá ser coberto, com capacidade mínima para 20 mil pessoas e possuir estrutura interna que permita múltiplas configurações de uso; o agente empreendedor não poderá explorar a atividade de estacionamento.
O ginásio do Ibirapuera, principal do Estado de São Paulo desde sua inauguração, em janeiro de 1957, comporta pouco mais que 10 mil pessoas.
Empresas ou consórcios que poderão ter estudos aproveitados:
- Almeida & Fleury Consultoria Econômica Ltda – TetraArq Arquitetura e Projetos Ltda
- Arena Assessoria de Projetos Ltda – Moyses & Pires Sociedade de Advogados – Lagardere Unlimited do Brasil Operações Esportivas e Participações Ltda – BF Capital Assessoria em Operações Fin. Ltda
- IMX, Esporte e Entretenimento Ltda, que apresentou uma proposta em conjunto com o grupo Azevedo Sette Advogados Associados, Gustavo Penna Arquitetos Associados, Lumens Engenharia
- T4F Entretenimento S/A
- WTorre S/A
Comissão decidiu desaproveitar estudos preliminares apresentados pelo grupo Fernandes Arquitetos Associados/SBP do Brasil Projetos/Empresa Brasileira de Engenharia de Infraestrutura em razão de a solução apontada descumprir as premissas apontadas pelo edital do chamamento. O projeto do grupo previa a ocupação da totalidade da área da concentração do sambódromo.