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Vôlei 21/10/2014

Pinheiros quer ter Jaqueline, mas falta ainda um patrocinador que a banque

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Jaqueline comemora ponto em jogo Brasil x EUA (Alexandre Arruda/CBV)

Jaqueline comemora ponto em jogo Brasil x EUA (Alexandre Arruda/CBV)

Uma das titulares da equipe que conquistou a medalha de bronze no Mundial feminino de vôlei na Itália, Jaqueline, por enquanto está fora da Superliga feminina 2014/2015, que será iniciada em novembro, por estar sem time, mas ainda existe uma possibilidade de a ponteira atuar pelo Pinheiros. Para isso, porém, o clube precisaria conseguir um patrocinador que pudesse pagar seu salário ou ela necessitaria se adequar à realidade financeira do time de vôlei pinheirense.

O gerente da equipe, Antônio Berardino, confirmou nesta terça-feira, 21 de outubro, o interesse em contar com ela, mas disse não haver nada certo. “A Jaqueline é uma referência no vôlei. Procuramos um patrocinador para existir uma possibilidade de conversar com ela. Hoje nossa realidade é outra. Não temos esse patrocinador. Há a intenção, mas nada de sólido [ainda]”, afirmou. O clube paulistano tem até 19 de dezembro de 2014 para completar a lista de 20 inscritas na temporada.

Ginásio Henrique Villaboim, do Esporte Clube Pinheiros (Divulgação)

Ginásio Henrique Villaboim, do Esporte Clube Pinheiros (Divulgação)

De acordo com o dirigente, a bicampeã olímpica teria totais condições de virar pinheirense se pudesse se enquadrar no orçamento atual do time, o qual está entre R$ 2 milhões e R$ 2,5 milhões por temporada. “Existe o contato entre as partes, mas ambas sabem da realidade. Se ela aceitasse nosso teto salarial, seria muito bem-vinda. O próprio clube, que subsidia grande parte da equipe, faria um esforço. Acredito que conseguiríamos”, afirmou.

O treinador Wagão também demonstrou estar aberto a contar com Jaqueline, que já treinou no Pinheiros recentemente. “Se ela puder em algum momento participar do nosso projeto, ela vai ser muito importante. Ela treinou lá em um período em que a seleção viajou e ela ficou em São Paulo. Ela nunca havia treinado lá, não conhecia o clube mais a fundo. Gostou muito do que ela viu. Isso a aproximou um pouco do Pinheiros, que tem toda a vontade do mundo de tê-la como atleta, mas conta muito o aspecto financeiro”, declarou.

Jaqueline vibra com colegas de seleção (FIVB/Divulgação)

Jaqueline vibra com colegas de seleção (FIVB/Divulgação)

Jaqueline defendia o Molico/Osasco antes do nascimento de Arthur, que faz um ano curiosamente na data-limite de inscrições, 19 de dezembro. O marido Murilo, que é ponteiro do Sesi-SP, já descartou que ela vá jogar no exterior: “Decidimos em família que ela não iria ao exterior com filho pequeno. Se ela não conseguir jogar no Brasil, infelizmente vai ficar parada. Será ruim para ela, mas vamos bater no peito e segurar as pontas. Só nos resta esperar e ver o que acontece”.

O Molico/Osasco já conta com duas atletas de sete pontos, Dani Lins e Thaisa. Cada time só pode inscrever duas delas e só pode cadastrar jogadoras cujo somatório de suas pontuações seja igual ou inferior a 43. A situação de Jaqueline, avaliada em sete pontos também, se tornou complicada em equipes mais abastadas justamente por isso.

“Não podemos obrigar ninguém a contratá-la”, continuou Murilo. “É o mercado que fala, é o ranking que atrapalha (em minha opinião). Não adianta mais ficar dando murro em ponta de faca; [o ranking] não vai mudar. Já pedimos a ajuda de quem poderia fazer as mudanças [os clubes], mas não foram feitas. Agora nos resta esperar que algum clube se interesse em contratá-la para a disputa desta Superliga. Não vejo outra solução.” O jogador, porém, disse que o casal até aceitaria se ela jogasse em outro Estado brasileiro e eles pudessem se encontrar em folgas.

A Prime Talents, que gerencia carreira de atores, modelos e apresentadores, é única patrocinadora do Pinheiros nesta temporada até agora. Se Jaqueline não for jogar por equipe alguma, o Pinheiros deverá, segundo Berardino, disponibilizar seu espaço físico para que ela treine.

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