Opinião: Plano Municipal de Esportes é avanço, mas política e dinheiro o afetam
O Plano Municipal de Esportes e Lazer 2018-2025, instituído nesta semana pela Prefeitura de São Paulo, é uma iniciativa há muito tempo necessária na capital paulista. São agora oficiais e claras as ações planejadas pela secretaria, o que dá elementos para o cidadão avaliar o desempenho dela. Ler o plano daqui a dois anos e observar o que foi feito e o que não foi será esclarecedor. Para ser colocado em prática a contento, no entanto, terá de contar com outros fatores.
O primeiro deles é o orçamento. Reduções orçamentárias têm sido comuns, e cada vez menos dinheiro vai para a Secretaria Municipal de Esportes. O de 2018 (R$ 228,3 milhões) é 17,5% menor que o de 2017, mesmo com um aumento de 3% da estimativa do orçamento municipal, do qual a pasta corresponde a apenas 0,4%.
Neste quase um ano e meio de gestão João Doria/Bruno Covas, fica evidente que a Seme não tem gastado de maneira descontrolada.
A política, porém, tem sido obstáculo em vez de amiga. Os vereadores nem sempre compartilham da mesma visão de esporte da pasta e acabam por destinar recursos, por meio de emendas parlamentares, para eventos que não seriam merecedores de tais investimentos. Um diálogo claro com a Câmara é mais do que necessário para que o plano dê certo.
Também é preciso que o próximo prefeito dê sequência a ele, pois algumas ações têm execução prevista para depois de 2020, após o término do atual mandato.
Se o orçamento, os vereadores e a própria secretaria colaborarem, o plano apresentado de forma oficial nesta semana vai ser importante para a evolução do esporte na cidade de São Paulo. Caso contrário, não vai ser bem aproveitado.
Clique aqui e leia o plano na íntegra.