São Paulo - região metropolitana
Nutrição 27/05/2014

Nem 8 nem 80: conheça os perigos de dietas radicais e compulsão alimentar

Por Ana Carolina R. Amorim

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São vários os tipos de dietas malucas, e a cada dia uma nova aparece para nos surpreender. Já me perguntaram sobre a Dieta das Cavernas, a do Tipo Sanguíneo, a das Celebridades, a da Lua, a famosa do doutor Atkins, entre outras, as quais prometem a perda de peso rápida; em contrapartida, elas restringem extremamente o paladar, geram compulsão e acabam por provocar o descontentamento, uma vez que os resultados não são duradouros.

Dietas radicais e muito restritas, como ficar em jejum por um longo período de tempo, retirar totalmente o carboidrato ou ingerir somente líquidos, levam o organismo ao estresse e ao mau funcionamento. Nesses casos existe uma produção excessiva de cortisol, que, quando liberado na circulação, leva a efeitos adversos, como aumento dos níveis de açúcar no sangue, aumento dos batimentos cardíacos, sudorese, insônia, gastrite, mudanças de humor, diminuição da memória, acúmulo de gordura na região abdominal, surgimento de osteoporose, imunodepressão (diminui as defesas do nosso organismo, a famosa baixa resistência) e diminuição dos estoques corporais de proteína (degradação de músculo). A lista é grande, e as consequências de hábitos errôneos são ainda maiores, entre elas o surgimento de doenças como obesidade, dislipidemia, doenças do coração, hipertensão e diabetes.

Tudo na vida é equilíbrio, e não precisamos retirar da dieta tudo aquilo de que gostamos: basta evitar, diminuir seu consumo ou fazer opções mais saudáveis, como substituir o chocolate ao leite pelo meio amargo ou por alfarroba. Além disso, para evitar a compulsão, é mais indicado comer um gominho por dia do que uma barra inteira sentado no sofá. Dessa forma, você reduzirá o consumo de gordura e açúcar desnecessários para seu organismo, aproveitando o benefício da sua ação antioxidante, protetora do coração, e suprindo sua sensação de prazer.

Um estudo da “Nature”, uma das revistas científicas mais respeitadas do mundo, comprova que doces, frituras e alimentos de alta densidade calórica (como junk food) podem viciar tanto quanto o cigarro e outras drogas, uma vez que geram uma falsa sensação de prazer. E, para sair desse vício ou eliminar certos hábitos errados da dieta, o organismo necessita de um tempo para a adaptação. É como se ele entrasse em abstinência, podendo causar estresse, dor de cabeça, fadiga e compulsão por esses tipos de alimentos.

Os fatores fundamentais para um bom resultado de uma dieta são:

  • Autoconhecimento e disciplina;
  • Reeducação alimentar;
  • Evitar lugares tentadores, como docerias, hamburguerias etc;
  • Cuidado com o convívio de pessoas que têm certos hábitos; já que isso pode influenciar ou enfraquecer seus objetivos;
  • Fazer atividades físicas também auxilia na redução da ansiedade e consequentemente diminui a vontade por besteiras;
  • Fazer uma despensa saudável e evitar comprar alimentos que façam você cair em tentação.

Sobre Ana Carolina R. Amorim

Nutricionista formada pelo Centro Universitário São Camilo. Experiência como nutricionista responsável pelo setor de Dietas Metabólicas do Hospital das Clínicas da FMUSP. Nutricionista capacitanda no setor de Dietas Metabólicas e Unidades de Internação do Hospital das Clínicas da FMUSP. Nutricionista na área de produção na empresa Avenance. Elaboração de trabalhos de consultoria nutricional em casas de repouso, home care e restaurantes comerciais. Entre em contato com ela por e-mail [email protected] ou telefone (11) 98259-9504.

Comentários


  • Stella disse:

    Ana Carolina, parabéns, matéria muito bem explicada. Bjusss

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