Manifesto pede que haja mais locais para a prática de ciclismo de estrada em SP
A região metropolitana de São Paulo é enorme e repleta de vias públicas, mas é considerada bastante deficiente quanto a lugares apropriados para a prática de ciclismo de estrada, modalidade com público crescente no Brasil. Para 60,24% dos praticantes que responderam a uma pesquisa, a falta de mais locais para treino é a mais relevante entre as três principais dificuldades dos ciclistas paulistas. Também apresentaram percentuais elevados a “falta de segurança pública (assaltos) nos locais de treino” e o “desrespeito de motoristas”.
Com essa e outras informações em mãos, um grupo formado por cinco entidades (Aliança Bike, Federação Paulista de Ciclismo, Federação Paulista de Triatlo, Bike É Legal e Bike Zona Sul) e dezenas de empresas se uniu para lançar um manifesto pedindo a ampliação urgente de espaços públicos para a prática do ciclismo de estrada em São Paulo.
A ciclovia do rio Pinheiros é o ponto de prática de maior parte dos participantes da pesquisa (57,71%); a estrada dos Romeiros, a estrada velha de Santos (São Bernardo do Campo) e a Cidade Universitária (USP) são os que vêm em seguida no ranking de lugares frequentados pelos praticantes entrevistados.
“O exemplo da ciclovia do rio Pinheiros mostra bem nossa realidade: hoje são mais de 80 mil ciclistas pedalando ali todos os meses, um aumento de 400% em comparação com um ano atrás. Mas São Paulo continua praticamente expulsando os ciclistas em treino”, afirmou João Paulo Diniz, empresário e ciclista.
Os problemas são enfrentados também por ciclistas profissionais, como a triatleta Bia Neres. “Nunca consegui fazer um treino de 80 km na cidade de São Paulo com um percurso variado em altimetria; eu dependo sempre de me deslocar para fora da capital para alcançar essa quilometragem”, lamentou.
“Certamente estimulados pela pandemia de covid-19, os treinos em casa, no rolo de treino, já alcançam praticamente um terço ciclistas (32,2%). E 33% dos que treinam em casa o fazem exclusivamente assim e outros 67% combinam com outros locais de treino”, diz uma análise da pesquisa, à qual foi respondida por 3.107 pessoas.
Entre as propostas apresentadas pelo manifesto divulgado estão “a abertura de equipamentos públicos ociosos, como o autódromo de Interlagos, em horários específicos para a prática da modalidade” e a criação de “áreas de proteção ao ciclismo de competição”, com o município definindo uma rua ou avenida que ficará livre de carros por um determinado período, sendo recomendado o bloqueio de um trecho completo da via – ou, pelo menos, a segregação de faixas de rolamento.
Clique aqui para conferir tanto o manifesto como a pesquisa completa.