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Futebol 28/05/2014

Livro aborda encanto infantil pela camisa amarela da seleção brasileira

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Livro "A camisa amarela da seleção brasileira"

Livro “A camisa amarela da seleção brasileira”

A Liberdade, um reduto da comunidade japonesa na cidade de São Paulo,  já naturalmente representa uma mistura de culturas como a que será vista nos estádios da Copa do Mundo em junho e julho de 2014. No bairro, não existe motivo pelo qual não se pode torcer pelo Brasil e pelo Japão ao mesmo tempo. Devido à tradição do futebol pentacampeão mundial, o fascínio exercído pela camisa amarela da seleção brasileira, no entanto, é maior que o exercído pela azul da equipe japonesa. Esse “poder mágico” do “manto nacional” está no livro infantojuvenil “A camisa amarela da seleção brasileira”, do jornalista Gílson Yoshioka e de Myriam Chinalli.

No livro, publicado pela editora Gaivota, o pequeno Marcelo, neto de japoneses, não esconde sua admiração pela seleção brasileira. Em uma festa com colegas de escola, é alvo de piadas por ser descendente nipônico e vesti-la. Em vez de adotar um comportamento negativo, posteriormente procurou na Liberdade sua avó, que lhe contou mais a respeito da vinda dos japoneses ao Brasil. Aquela conversa animou o garoto, que se sentiu orgulhoso de ambas as culturas e continuou a mostrar em outras ocasiões sua admiração pela seleção brasileira de futebol, que lhe serviu como fonte de inspiração para o resto da vida.

O escritor e jornalista Gílson Yoshioka disse ter sido um “golaço” de Marcelo essa atitude.O mau comportamento dos colegas e alguns adultos foi como o injusto e desleal de alguns times em partidas de futebol”, comparou. “Já acostumado a situações adversas nos jogos, o personagem Marcelo também teve de driblar esse constrangimento inicial. Em vez de se abater ou se calar, ele soube se defender e ainda conversou sobre o assunto com a mãe e a avó e foi investigar a própria história com a sua obaachan [avó, em japonês].”

Gílson Yoshioka

Gílson Yoshioka (Caio Kenji)

Segundo Gílson, o que mais encanta na história do futebol brasileiro é uma combinação rara. “Os fatores que mais contribuem para o fascínio são o nosso futebol-arte e a maneira como o Brasil costuma vencer jogos e campeonatos, unindo eficiência e beleza. Por isso é tão difícil agradar os nossos 200 milhões de técnicos (aliás, o mundo inteiro quando se trata de Brasil): não basta vencer, é preciso também encantar e dar show”, afirmou.

Ao longo do livro, as Copas do Mundo são mencionadas à medida que Marcelo cresce. A primeira que ele acompanhou inteiramente foi a do tetracampeonato. “Marcelo ficou muito feliz, assim como todo o povo brasileiro, na conquista de 1994. Mas ele se emocionou de verdade e foi às lágrimas ao ver o fantástico time de Ronaldo Fenômeno, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho ser pentacampeão no Japão. Foi assim comigo também”, contou Gílson, neto de japoneses, que também é autor de “Trocando os pés pelas mãos – O futebol e a vida nas crônicas de Tostão”.

Os moradores bairro paulistano mais nipônico, de acordo com o escritor, torcem por vitórias brasileiras e belas apresentações japonesas. “Durante a Copa do Mundo, o bairro da Liberdade tem torcida para o Brasil e o Japão. Os descendentes de japoneses mais jovens costumam ser muito mais envolvidos com o futebol. Eles costumam torcer pelos dois times, mas é claro que as expectativas com a seleção brasileira são muito maiores. Em um confronto direto entre os dois países, o personagem Marcelo, assim como a maioria dos descendentes de japoneses, torce por vitória dos favoritos, mas também por uma bela apresentação do time do Japão”.

Questionado sobre como o menino Marcelo reagiria com a Copa no Brasil e como Marcelo quando adulto encararia o Mundial, Gílson declarou: “O garoto ficaria bastante feliz de ter a chance de ver o Brasil e a Copa do Mundo nos estádios. Qual outra criança não ficaria? Já o jornalista Marcelo, assim como muitos outros profissionais da imprensa no Brasil, seria, a princípio, contra a realização da Copa do Mundo no país. Porém, com a confirmação do evento, ele não poderia simplesmente virar as costas, ignorar a profissão, a paixão e o amor pelo esporte”.

Em um tom mais otimista, Gílson citou Tostão ao fim da entrevista, passando uma mensagem aos que têm o sonho de vestir um dia a camisa amarela da seleção brasileira: “No futebol e na vida o planejamento é essencial, mas, às vezes, as melhores coisas acontecem de repente, num piscar de olhos, sem aviso”.

Lançamento

Convite de lançamento

Convite de lançamento

Dedicado aos pais e avós do autor, “A camisa amarela da seleção brasileira”, que também conta com ilustrações de Rafael Antón, será autografado por Gílson Yoshioka das 19h às 22h desta quinta-feira, 29 de maio de 2014, na livraria Saraiva do shopping Pátio Paulista (rua Treze de Maio, 1947, em São Paulo). O livro, indicado para crianças com oito anos ou mais, possui 44 páginas e custa R$ 29,90. Tem o prefácio de Tostão.

Comentários


  • Mário Yoshioka. disse:

    Não tem mais o livro impresso.

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