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Corrida de rua 08/09/2025

Lesão, o terror dos atletas: como identificá-la e evitá-la no futuro

Por Renata Sá, editora do Esportividade

Sessão de fisioterapia para tratar lesão na clínica Move, em São Paulo (Esportividade)

Se você pedisse a um corredor amador que escolhesse entre esse ou aquele, quando questionado se ele preferiria “quebrar” em um treino-chave ou ter um “piriri” durante uma prova; ou se preferiria perder a inscrição para uma prova-alvo ou até uma unha, provavelmente teríamos respostas diversas. Quase certamente, porém, todas as alternativas anteriores ganhariam de forma disparada se a outra opção fosse ter uma lesão.

Avaliação de lesão: síndrome do estresse medial tibial, canelite (Esportividade)

Considerada o terror dos atletas, inclusive dos amadores, ninguém está livre de ser atingido por uma lesão – nem mesmo os mais experientes. É possível, no entanto, encontrar maneiras para, em caso afirmativo, se recuperar dela – além de se precaver para evitá-la no futuro.

Para um total de zero surpresa, a lesão mais comum nos praticantes de corrida de rua é a síndrome do estresse medial tibial, a tal da canelite. Apesar de atingir mais corredores iniciantes, a causa da canelite pode estar associada “a um erro de biomecânica, isto é, algum erro do gesto esportivo”, é o que diz o médico do esporte Diogo Figueiredo, assistente do ambulatório da Medicina do Exercício e do Esporte e da Reumatologia, no Hospital das Clínicas, que atende na clínica Move – especializada nos tratamentos médico, nutricional e fisioterapêutico –, na zona sul de São Paulo.

Dr. Diogo Figueiredo (esq.) passando feedback do meu tratamento para o fisioterapeura Viktor Alves na clínica Move (Esportividade)

Os primeiros sinais de lesão estão relacionados diretamente à dor, principalmente se ela permanece alguns dias após a corrida. Também é preciso ficar atento se aquele incômodo persiste já durante os treinos. “De zero a 10, se a dor for acima de três, é necessário prestar mais atenção”, afirma Figueiredo.

Veja vídeo de como tem funcionando o tratamento na Clínica Move:

Além da biomecânica, a falta de fortalecimento pode contribuir para uma possível lesão. De acordo com o especialista, ao realizar o fortalecimento para aguentar o impacto da corrida, o atleta está, de certa maneira, ensinando o corpo a gastar energia de forma correta. “O atleta precisa ir para frente, e não saltar para cima, por exemplo”, pontua. E esse tipo de fortalecimento está indiretamente associado à hipertrofia, ou seja, àquele tipo de músculo grande e aparente. Na corrida, porém, não há essa necessidade – apesar de o atleta necessitar de músculos fortes para correr.

Exercícios de fortalecimento durante sessão de fisioterapia na clínica Move, em São Paulo (Esportividade)

Os corredores iniciantes estão mais vulneráveis a esse tipo de lesão, já que naturalmente acontece um aumento na quantidade de treinos e no volume de quilometragem rodado. Mas não são essas mudanças as responsáveis por uma lesão. Não totalmente. Uma sobrecarga equivocada em alguma região do corpo, por causa de uma biomecânica equivocada, da falta de fortalecimento ou do excesso de peso, pode criar condições para uma lesão.

Como sugestão preventiva, o ideal é escolher um calçado adequado, capaz de oferecer estabilidade, para a prática esportiva. Equilibrar a frequência de treinos de corrida com os de fortalecimento também pode colaborar para evitar a lesão. Outro fator de atenção é observar a reação do próprio corpo ao fim de um treino ou prova. Em caso de dor, verificar se ela é do esforço desprendido ou se é mais permanente. Se os sintomas continuarem, é necessário parar e procurar por um especialista.

Teste na esteira de técnicas para a melhora da biomecânica (Esportividade)

Uma das possibilidades é realizar o acompanhamento com um médico do esporte, como é o caso do doutor Diogo Figueiredo. Considerado uma espécie de gestor da saúde, o profissional consegue fazer uma avaliação do paciente e verificar qual o melhor tratamento. No meu caso, uma reiniciante na corrida e diagnosticada com canelite, o tratamento tem seguido por duas vertentes: fisioterapia e nutrição.

Nas sessões de fisioterapia, realizadas pelo Viktor Alves, especialista em fisioterapia musculoesquelética pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC FMUSP), o foco do tratamento está em exercícios de fortalecimento – não apenas da região tibial, mas também do quadril e do tronco. Também foi lá que realizei a minha avaliação biomecânica funcional.

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Já nas consultas com a nutricionista Patrícia Campos Ferraz, com pós-doutorado pela Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP), o trabalho tem focado a perda de peso e o ganho de massa magra (com musculação).

Além dos profissionais citados na reportagem – de fisioterapia, nutrição e medicina esportiva – que estão me auxiliando, a clínica Move oferece diversos outros tratamentos, como clínica médica, fisiatria e geriatria. Para agendar uma consulta, acesse a página da clínica Move. Ela está localizada na rua João Lourenço, 222, próximo ao portão 7 do parque do Ibirapuera. Funciona de segunda-feira a quinta-feira, das 7h às 20h, e às sexta-feira, das 7h às 19h.

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