Jatene: achar parceiro para Pacaembu é mais difícil que para ‘Arena Anhembi’
O secretário de Esportes, Lazer e Recreação do município de São Paulo, Celso Jatene, reconhece a maior dificuldade de a prefeitura paulistana encontrar parceiros para a modernização e a gestão do estádio do Pacaembu que para a construção e a administração de um ginásio multiúso no Anhembi. Disse, entretanto, estar otimista quanto aos planos para o Paulo Machado de Carvalho e não ver problemas em manter o estádio sob administração municipal caso a reforma não se concretize.
A intenção da prefeitura é dar a concessão do Pacaembu a uma empresa, mas esta é obrigada a seguir os itens do edital e a reformar inclusive as demais áreas do complexo esportivo, como piscina e quadras poliesportiva e de tênis. Uma das exigências mais controversas é a de um estacionamento para no mínimo 2 mil veículos, e não se sabe onde poderia ficar – o secretário também não arriscou um palpite a respeito disso. “Minha formação é na área jurídica. Não sei como um arquiteto vai planejar 2 mil carros aqui, mas pode ter certeza de que é possível”, afirmou depois da Meia Maratona de São Paulo, cuja largada e a chegada aconteceram na praça Charles Miller.
Está aberto desde 20 de janeiro chamamento público para empresas poderem se inscrever com a intenção de realizarem estudos antes de apresentar uma proposta ao governo municipal em uma futura licitação. Entretanto, o prazo já teria terminado se não tivesse sido estendido.
“Mandamos uma comunicação para a prorrogação daquele prazo para 20 de março para o mercado poder se organizar um pouco melhor. Julgamos que o prazo inicial era muito curto”, afirmou Jatene, que contou existir já um inscrito: “É uma empresa, e não posso adiantar nada além disso. Até 20 de março deveremos ter mais interessados”.
Também em janeiro foi iniciado cadastro de interessados em realização de estudos sobre a construção e a gestão do ginásio (“arena”) do Anhembi, que deverá ser construído ao lado da concentração do sambódromo em área cedida pela SPTuris. O que se exige é que o novo espaço possa sediar eventos esportivos e culturais e receber no mínimo 20 mil espectadores. Empresas conhecidas, como WTorre (que é a construtora parceira do Palmeiras no Allianz Parque), Time for Fun, Koch Tavares e IMX, demonstraram interesse em iniciar estudos.
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Jatene entende que esse chamamento público do ginásio do Anhembi não atrapalha o do estádio do Pacaembu, mas afirma que este envolve uma dificuldade maior. “O da SPTuris tem outro perfil. É mais difícil uma empresa apresentar uma proposta para o Pacaembu que para a arena multiúso. Mas pode ser que aquela movimentação ajude a viabilizar o projeto do Pacaembu; as empresas que não forem contempladas lá podem eventualmente se unir em consórcio com outras que estão aqui”, declarou.
“A cidade de São Paulo tem muito mais possibilidade do que possamos imaginar. Arena de 20 mil lugares como aquela não temos nenhuma em São Paulo. Em outros lugares do mundo há duas, três na mesma cidade. Temos de exigir a qualidade, pois a nossa população merece isso. Ela enche corridas de rua; haverá mais de 160 neste ano.”
O secretário não pretende abrir exceções se não houver o recebimento de proposta adequada para o estádio municipal paulistano: “Se as exigências mínimas que estarão no edital não forem cumpridas, a empresa não poderá pegar a concessão. Ou o parceiro tem condições de requalificar de verdade o espaço, modernizá-lo, restaurar a parte tombada, deixar o Pacaembu como a cidade espera, ou continuaremos a cuidar dele [por R$ 9 milhões por ano]”, enfatizou.