Japonês ‘mita’ e vira ‘herói improvável’ da ginástica artística no Ibirapuera
O sempre altíssimo nível de Arthur Zanetti nas argolas e os 100% de aproveitamento da experiente Daniele Hypolito nas três provas que disputou (o salto, o solo e a trave) na etapa brasileira da Copa do Mundo de ginástica artística foram dignos de aplausos, mas quem mais fez os espectadores sorrir foi um ginasta até então desconhecido. Até sexta-feira, dia de classificatórias, ninguém poderia prever que um japonês pudesse cativar a torcida brasileira no ginásio do Ibirapuera. Kaito Imabayashi, de 22 anos, conquistou três medalhas – uma por cada posição do pódio – e dançou, animando os torcedores.
Quando Kaito desceu do cavalo com alças e percebeu que tinha feito uma apresentação digna de ouro – com “Vou Deixar”, da banda Skank, de fundo –, comemorou ao som de “Gangnam Style”, do sul-coreano PSY. Embora fosse como tivessem colocado uma canção em espanhol para um brasileiro, ele entrou na brincadeira do DJ e deixou sua marca. No pódio, ele voltou a dançar.
Assista à dança do japonês no pódio do cavalo do alças:
Mesmo quando foi superado pelo brasileiro Sérgio Sasaki na barra fixa, no domingo, Kaito mostrou mais uma vez ser carismático. A dança do japonês foi um dos pontos altos de um evento que foi marcado pelo nível técnico reduzido (com exceção, é claro, de Zanetti) e pelo domínio brasileiro. E houve provas, como a do salto masculino, em que nem sequer havia oito finalistas – por falta de inscritos mesmo.
Assista à apresentação que rendeu prata para Rebeca Andrade:
O que estava mais em andamento, na verdade, era uma concorrência interna entre os ginastas brasileiros na reta final de preparação para a Olimpíada. A formação da equipe brasileira masculina, diferentemente da feminina, ainda está indefinida. O outro ouro brasileiro do fim de semana foi obtido por Arthur Nory Mariano no salto.
Assista à apresentação que rendeu ouro para Arthur Zanetti:
O evento, porém, foi uma ótima oportunidade para o público paulistano ver de perto a maior parte dos melhores ginastas do país. Ausências mais sentidas foram as de Flávia Saraiva, que foi poupada, e de Jade Barbosa, que apenas foi hors-concours na sexta-feira, dia 20, nas barras assimétricas e, por isso, não participou da final.