Incertezas sobre variantes e vacinas põem em risco volta de grandes corridas
Apesar do fato de que o governo estadual de São Paulo, como toda a população adulta paulista terá tido acesso a, ao menos, uma dose da vacina contra a covid-19, não vai mais regular horários de funcionamento e limitar a ocupação de estabelecimentos comerciais a partir de 17 de agosto de 2021, a retomada das grandes corridas de rua ainda está longe de estar garantida.
São dois os principais fatores que tornam incerta a volta em 2021: a variante delta do novo coronavírus (Sars-Cov-2) e a duração da proteção proporcionada pelas vacinas. Essa variante, já em transmissão comunitária na capital paulista, é mais contagiosa que as outras e, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, agência do governo federal dos Estados Unidos, pode ser transmitida mesmo por pessoas com esquema vacinal completo.
Também causam preocupação os crescentes sinais de que a CoronaVac, a primeira a ser aplicada no Brasil e responsável pela vacinação de grande número de idosos, torna-se menos protetora com o passar dos meses. O Chile, por exemplo, anunciou uma terceira dose, com Oxford/AstraZeneca, para quem já tomou duas da vacina da Sinovac, o que será feito a partir desta quarta-feira (11). O Ministério da Saúde brasileiro divulgou, em 28 de julho, que fará estudo “para avaliar necessidade de terceira dose para quem tomou CoronaVac”.
A própria Sinovac, empresa farmacêutica chinesa, enviou um comunicado à imprensa nesta terça-feira (10/08) dizendo que uma terceira dose da CoronaVac, administrada de seis a oito meses após a segunda, “induziu rapidamente uma forte resposta imunológica”.
É provável que, na época em que os grandes eventos de corrida seriam retomados – a partir do último trimestre de 2021 –, esteja em andamento a aplicação de uma terceira dose. Essas provas teriam, nesse caso, de ser adiadas.
Esse cenário levaria a um novo adiamento, o terceiro, da 96ª Corrida Internacional de São Silvestre, prevista para 31 de dezembro de 2021. Embora a organização possa limitar o número de inscritos a menos de 35 mil, não diz quantos atletas precisariam estar inscritos para o evento da Fundação Cásper Líbero se pagar. A falta de controle de público ao longo do percurso, propiciando, assim, a entrada de “pipocas”, também é um problema (sanitário) a ser considerado.
O evento-modelo de corrida de rua, Volta SP 10k, marcado para o dia 29 de agosto de 2021, exige que os 1.200 participantes testem negativo para covid-19. Se for bem-sucedido, mais provas pequenas e médias terão condições de vir na sequência em São Paulo. Já as de maior porte continuam sem garantia alguma.
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