Grande maioria dos corredores evita comprar em 2020 inscrições para 2021
Apesar das perspectivas (mais) otimistas para 2021, o fim de ano de 2020 tende a ser fraco para os organizadores de corridas de rua. Segundo uma pesquisa informal publicada no Instagram do Esportividade, menos de um quarto dos corredores (24,79%) pretende comprar ainda em 2020 inscrições para alguma prova de 2021; por outro lado, 75,21% (isto é, 358 dos 476 atletas amadores) não planejam fazê-lo.
A Black Friday de inscrições, com descontos na última sexta-feira de novembro (27), será a menos movimentada dos mais recentes anos, portanto.
Há diversas explicações para esse desinteresse. A principal delas são as incertezas geradas pela pandemia de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus: não existe garantia de que um evento possa ocorrer na data prevista, pois um grande aumento de casos, por exemplo, pode forçar a organização a adiá-lo a pedido do poder público.
Mesmo que a prova possa ocorrer, por enquanto é necessário que seja cumprido um protocolo sanitário que, na opinião de várias pessoas, tira muito da graça do evento, pois limita a sociabilidade e impede que uma corrida como a São Silvestre, com grande participação popular, ocorra.
Outro fator é a crise econômica resultante da pandemia – além de o desemprego ter aumentado no Brasil, já atingindo mais de 14 milhões brasileiros, a população sente “no bolso” como itens básicos, como arroz, estão caros.
Muitos atletas têm corridas pendentes, que não puderam ser realizadas em 2020, e ainda não foram informados de quando acontecerão. Se efetuarem novas inscrições antes disso, estarão sujeitos a uma infeliz coincidência de datas.
A disputas recentes envolvendo vacinas também contribuem para esse cenário, e ainda não existe uma certeza a respeito delas – mas o governo estadual de São Paulo diz que a CoronaVac, desenvolvida em parceria com a chinesa Sinovac, já se mostrou segura nos testes.
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