‘Girl power’: mulheres são maioria na corrida Caminho da Paz pela 1ª vez
O crescimento da participação feminina nas corridas é evidente e perceptível há algum tempo, mas a sétima edição da corrida e da caminhada do Caminho da Paz, simbólica por si só, foi ainda mais significativa porque representou a liderança das mulheres no ranking de participantes. Pela primeira vez, em 6 de novembro, elas foram maioria no evento anual da Iniciativa O Caminho de Abraão. Com folga. Representaram 60,19% dos 4.416 atletas que chegaram ao fim da prova utilizando o chip de cronometragem, o que correspondeu a um aumento de mais de 11 pontos percentuais de um ano para outro.
Não muito tempo atrás, em 2012, a participação feminina na Caminho da Paz era muito menor, 39,34% dos corredores ou caminhantes que cruzavam o pórtico de chegada. No primeiro ano, em 2009, somente 34,54% dos que chegaram ao fim eram mulheres.
O percurso de 2015 foi mantido em 2016: os atletas largaram na avenida República do Líbano, perto do Clube Atlético Monte Líbano, e, após 7 km, entraram no parque do Povo. Como a largada e a chegada eram em locais distintos, logo cedo ônibus os levaram do ponto final para o inicial. A Caminho da Paz é uma das poucas provas do ano em Sp em que os corredores não competem “em círculos”.
Houve um aumento do número de participantes e de palavras gigantes neste ano: seis mil inscrições foram liberadas e 20 palavras foram espalhadas por SP, inclusive por bairros periféricos. Artistas plásticos fizeram intervenções em seis delas. Nove foram os valores do projeto em 2016: amizade, amor, diversidade, ética, integração, paz, prosperidade, respeito e união.
As inscrições foram abertas em dois lotes (o segundo foi liberado por causa de boletos bancários não pagos do primeiro), ambos esgotados rapidamente. Custavam pouco menos de R$ 30, já que os organizadores puderam captar patrocínios por meio da Lei de Incentivo ao Esporte.
De acordo com Alexandre Chade, o projeto tende a chegar a outras cidades ainda nesta década. “A corrida poderia ser muito maior, mas tomamos muito cuidado com a qualidade dela. Nosso desafio é crescermos com as próprias pernas, pouco a pouco, de uma forma autossustentável. Um lugar para onde podemos ir é o Rio de Janeiro, o que deverá acontecer daqui a dois anos. Como temos apoio oficial da Organização das Nações Unidas (ONU), temos tido convites para irmos para Nova York, Londres, Paris, porque realmente é um evento contra o qual é difícil você ser. Mas como nosso fundador William Ury diz, é passo a passo”, disse o presidente da ONG no Brasil.
“Quando nós colocamos as palavras nas ruas, parece que a cidade as grita, lembrando as pessoas de praticar esses valores”, disse Chade, segundo o qual a convivência pacífica entre povos “é um dom do brasileiro”.
Outro dom das brasileiras é a corrida. Confira agora a participação feminina na história de Caminho da Paz/Corrida da Amizade. Os números aqui apresentados são os de pessoas inscritas que vão até o fim da prova.
2016:
2.658 mulheres
1.758 homens
Total: 4.416
60,19% de mulheres
2015:
1.640 mulheres
1.707 homens
Total: 3.347
48,99% de mulheres
2013:
1.712 mulheres
1.798 homens
Total: 3.510
48,77% de mulheres
2012:
720 mulheres
1.110 homens
Total: 1.830
39,34% de mulheres
2011:
669 mulheres
1.091 homens
Total: 1.760
38,01% de mulheres
2010:
749 mulheres
1.184 homens
Total: 1.933
38,74% de mulheres
2009:
853 mulheres
1.616 homens
Total: 2.469
34,54% de mulheres
Avaliação do Esportividade sobre Caminho da Paz-2016: apesar das dificuldades que diversos atletas tiveram para se inscrever na corrida, dos relatos de demora do traslado para o local da largada após as 6 horas e de a largada ter sido autorizada com 15 minutos de atraso para o pelotão geral, o evento mostrou-se mais uma vez muito necessário, principalmente por causa da mensagem passada e do percurso exclusivo. É uma prova que vale a pena ser disputada anualmente.
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Corrida Top
Adorei o percurso
E a corrida foi por uma boa causa Paz