Gestão Doria tenta reduzir gastos e tirar centros esportivos do abandono
Melhorar as condições dos centros esportivos municipais gastando menos: aparentemente existe uma contradição nessa afirmação, mas é justamente isso o que o futuro secretário de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo pretende implementar na capital paulista a partir de janeiro de 2017. Para o plano ser bem-sucedido, dependerá de duas frentes: das próprias administrações dos CEs e da iniciativa privada local.
Visitando-os em novembro e dezembro, Jorge Damião constatou que as maiores reclamações da população têm a ver com a infraestrutura dos locais. “Muitos estão abandonados”, declarou. “As pessoas precisam no mínimo do básico, como grama cortada. Nós queremos fazer parcerias: se conseguirmos trazer a comunidade e o comércio locais, o CE será gerido de forma diferente. Não é porque é do município que não tem dono: é de cada um que o usa. Daí você começa a dividir responsabilidades. Não adianta o poder público arrumar o CE e o usuário jogar lixo no chão.”
O futuro secretário de Esportes reforçará o combate ao desperdício, que pode ser feito por intermédio de medidas simples, como a troca de uma torneira com vazamento. “Vamos pedir uma redução de custos de no mínimo 20% de cada equipamento, fazendo um controle muito severo de luz, água e material”, afirmou. “Se tem uma coisa que gosto de fazer é aparecer do nada [para fiscalizar].”
Jorge resumiu como acredita que a gestão João Doria será e o que espera do papel do esporte na cidade: “Uma das marcas da administração será acordar cedo, trabalhar muito e dormir tarde. Seguimos o conceito ‘MMM’: ‘fazer mais e melhor com menos’. Queremos que o esporte seja uma ação social forte e que possamos ter a participação das pessoas, principalmente nas regiões mais periféricas, para que elas sejam atendidas com dignidade”. As áreas cobertas desocupadas dos centros esportivos poderão abrigar creches.
É certa a redução drástica de orçamento da secretaria para 2017. Após discussões na Câmara Municipal, foi para R$ 276.888.185 – e o prefeito Fernando Haddad havia previsto R$ 246.171.750. O orçamento aprovado para este ano era de R$ 586.006.560, ou seja, houve diminuição de 52,74%.
O secretário de Esportes de João Doria explicou que essa redução, na verdade, é uma “pegadinha financeira”. “Havia uma promessa de investimento para a criação de quatro minicentros olímpicos dentro do projeto do PAC [que é o Programa de Aceleração do Crescimento federal]. Foi um valor agregado ao orçamento [de 2016]. Isso foi anunciado, mas não saiu do papel. Prejudica o orçamento para 2017, porque poderiam ser aplicadas todas as correções em cima do anterior, e haveria um aumento. Pesquisamos isso por meio da Caixa Econômica Federal, que é quem faz o repasse. Ela abriu o processo para isso, mas o dinheiro acabou não vindo”.
Conselheiros notáveis
Raí e “Magic” Paula são os dois principais nomes do Conselho Gestor e se reunirão mensalmente para discutirem as iniciativas da pasta. “São pessoas que viveram isso e conhecem os dois lados”, afirmou o futuro secretário Jorge Damião. João Paulo Diniz, filho de Abílio e irmão de Pedro Paulo, e Paulo Nigro, presidente dos laboratórios Aché, também serão conselheiros.
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