Evento-teste do belo Allianz Parque deixa à mostra lado feio: trânsito difícil
O primeiro evento-teste do Allianz Parque deixou clara uma situação que o torcedor viverá quando tiver de ir ao estádio palmeirense: até poder ver de perto as belezas do local, sofrerá no trânsito da região se tiver optado por carro como meio de locomoção.
A exibição do documentário “12 de Junho de 1993 – O Dia da Paixão Palmeirense”, roteirizado e dirigido por Jaime Queiroz e Mauro Beting, mostrou que, mesmo em um evento para 3 mil pessoas, o trânsito nos arredores fica complicado. E, em um jogo, o Allianz Parque poderá receber 40 mil pessoas a mais que isso; em um grande show, 52 mil a mais.
O que complica a fluidez não é apenas o público que se desloca para o estádio. Inaugurado em 2008, o shopping Bourbon oferece 3.010 vagas de estacionamento. A entrada e a saída do centro comercial podem ser feitas tanto pela rua Turiassu como pela avenida Francisco Matarazzo. No sábado passado, 27 de setembro, já se pôde perceber que os carros que saem do shopping afetam diretamente os que vão para o estádio e vice-versa. A reportagem do Esportividade demorou aproximadamente 10 minutos para percorrer cerca de 350 metros.
A rua Antônio Tomás, uma travessa da avenida Francisco Matarazzo, é a de acesso ao edifício-garagem do Allianz Parque, construído para até 2 mil veículos. Se houver lentidão na entrada de automóveis, as faixas da direita da Matarazzo terão velocidade reduzida por causa da fila que se forma.
Nesse trecho, a Francisco Matarazzo passou a ter uma faixa a mais, quatro, sendo uma de ônibus, à esquerda, o que foi uma obra de contrapartida que foi exigida da WTorre, construtora responsável pelo Allianz Parque.
Por pouco mais de dois anos e três meses o Palestra Itália conviveu com o shopping Bourbon, mas a diferença é que o antigo estádio palmeirense, de acordo com o site do clube alviverde, possuía 27.650 lugares. Ali perto ainda se encontra o shopping West Plaza – inaugurado em 1991 –, cuja área é menor que a do Bourbon.
No antigo estádio palmeirense, existia um pequeno espaço para estacionamento, mas agora existe um edifício-garagem; espectadores e os ônibus que transportavam os jogadores usavam um mesmo acesso; agora, há uma entrada exclusiva para as delegações e um estacionamento para caminhões de imprensa, que antigamente estacionavam na rua.
Em 2010, quando o Palestra Itália foi fechado, havia menos edifícios comerciais e residenciais na região, que vive um boom imobiliário. Mais pessoas circulam por lá agora, e não houve um crescimento da oferta de transporte na mesma proporção.
A estação Palmeiras-Barra Funda, do Metrô e da CPTM, está aproximadamente 1,5 km distante do portão principal da Sociedade Esportiva Palmeiras na Turiassu. A estação Água Branca da Linha 7-Rubi da CPTM, a cerca de 1,2 km do mesmo portão, também é uma opção para o espectador.
Apesar de ser vendida a ideia de “estádio bem localizado”, o Palmeiras vai precisar incentivar seus torcedores a usar transporte público para ir ao Allianz Parque, que está mais distante das estações de transporte sobre trilhos que a Arena Corinthians; em Itaquera, no máximo o torcedor caminha 1 km – isso se optar por Artur Alvim.
O plano atual é que o primeiro jogo do Palmeiras no Allianz Parque aconteça em 8 ou 9 de novembro, quando, em uma partida válida pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, o clube paulistano enfrentará o Atlético-MG. Antes disso, a WTorre vai realizar mais dois ou três eventos e aos poucos aumentar o público. Um deles deve ser uma partida comemorativa em homenagem ao ídolo Ademir da Guia, que vai entrar em campo para uma despedida à altura. Paul McCartney tocará no local em novembro; The Rolling Stones, em 2015.
Assista ao vídeo e confira como o estádio estava em 27 de setembro: