Evento com paintball e MMA é um entretenimento de 1h30 para o público
Ficará decepcionado quem assistir ao War Fighting esperando por disputas de cinturão e grandes campeões. Mas sairá do ginásio satisfeito quem encarar o evento como os organizadores dele o veem: como um espetáculo. No sábado passado, 9 de agosto, chegou à terceira edição e levou bom público ao Mauro Pinheiro, integrante do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, o do Ibirapuera, em São Paulo. O evento é diferente dos demais de luta porque os atletas disputam duas etapas, paintball e MMA.
Foram formadas seis equipes de cinco atletas cada uma para a realização de três confrontos. Na fase inicial, a do paintball, a missão é capturar a bandeira da base adversária e levá-la à própria – quem toma tiro de tinta é obrigado a sair do cenário. Em seguida, os mesmos atletas, cada um de uma categoria de peso diferente, vão para os tablados e lutam MMA com os de peso similar do outro time. Quem soma mais pontos no paintball e nos cinco duelos vence a batalha. Mas não há uma final: cada evento possui três equipes vencedoras.
O idealizador Mauzler Paulinetti ressaltou o caráter de entretenimento do evento. “É um novo conceito de lutas. Você percebe que nosso evento demorou uma hora e meia. É um espetáculo. Você não vai a um cinema para ficar três horas lá. Fizemos um evento para não cansar o atleta, para fazer com que o público possa ver um show”. Não há cobrança de ingresso.
Mauzler negou haver necessidade de War Fighting contar apenas com um campeão por edição. “No próximo evento, uma equipe vencedora pode lutar com outra vencedora. Não é uma coisa maluca que queremos fazer, sacrificando a integridade do atleta”, declarou.
Segundo Roberto Godoi, presidente da Associação de Jiu-Jitsu Pró-Esportivo, entidade que dá suporte técnico para o evento, o lutador não pode incluir em seu histórico oficial uma vitória no War Fighting. “Isso nem soma no ranking oficial dos atletas que lutam MMA, pois é um evento que não tem a luta dentro de um cage, um ringue, é em um cenário temático e com o paintball. Mas eles estão em um evento com grande público, vivendo a adrenalina”, afirmou. E cada luta é disputada em round único de dez minutos, incomum para o MMA. Não existe decisão de juízes quanto ao resultado, o que ocasiona empate caso não haja nocaute, finalização ou desistência.
Quem financia o evento é a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação, que, nesta terceira edição, liberou R$ 335.350 para a Federação dos Desportos no Estado de São Paulo.
“Fazemos com muta cautela. Como se trata de dinheiro público, precisamos prestar contas. Ao mesmo tempo, não cobramos centavo algum das equipes e dos atletas. O dinheiro é investido 100% no espetáculo”, disse Mauzler. O ginásio Mauro Pinheiro, cujas arquibancadas – que podem receber até 3 mil pessoas – ficam no alto, é um lugar ideal para o evento, pois é possível “envelopar” as paredes e criar um cenário ainda mais impressionante.