Encarando uma ‘maratona’: 4 eventos esportivos no happy hour de sexta
Já imaginou ver quatro eventos esportivos de três modalidades diferentes no happy hour de sexta-feira sem ter de comprar ingresso e se locomover muito? Foi esse o desafio que aceitei em 21 de novembro, um dia repleto de esporte na zona oeste de São Paulo. A ideia era acompanhar o quanto eu pudesse de cada competição e partir à próxima. Facilitou a montagem da programação o fato de três delas acontecerem no mesmo bairro. São situações que só uma grande cidade como a capital paulista é capaz de oferecer, mas às vezes o paulistano não se dá conta disso. Quem está disposto vive em São Paulo o esporte intensamente.
A jornada começou na avenida Brigadeiro Faria Lima, mais precisamente no Esporte Clube Pinheiros, às 18h. Quando entrei no novo ginásio pinheirense, o jogo entre João Souza e Diego Schwartzman aparentemente se aproximava do fim. Pensei que veria uma vitória do brasileiro Feijão, que vencia a partida da terceira rodada do ATP Challenger Tour Finals e sacaria para fechá-la. No entanto, o argentino Schwartzman (que no domingo se tornaria o campeão) quebrou o serviço do brasileiro, levou o set ao game de desempate, venceu-o e forçou a realização do terceiro set. Vi o momento-chave do jogo (e talvez do campeonato) e, pelo horário, optei por sair de lá rumo ao próximo evento.
O time adulto de basquete do Pinheiros jogaria contra o Brasília na Hebraica, clube vizinho, por causa de um fato curioso: no principal ginásio poliesportivo pinheirense, também seria disputado um Pinheiros x Brasília, mas feminino e de vôlei. Quando cheguei à Hebraica, os jogadores se aqueciam. O jogo do NBB estava marcado para as 19h, mas só começou às 19h30, porque houve problemas em um dos mostradores eletrônicos de tempo restante de posse de bola. Se não fosse essa infelicidade, eu teria conseguido ver mais dessa partida. Assisti a ela até o fim do segundo quarto, quando a equipe da casa vizinha derrotava a brasiliense por 54 a 44.
Caminhei alguns metros e logo cheguei ao Henrique Villaboim, onde o Pinheiros buscava uma virada, pois o Brasília havia vencido o primeiro set, ao qual eu não havia assistido. O eu que presenciei lá me surpreendeu: a torcida apoiava mais Paula Pequeno, uma das principais jogadoras brasilienses, que as jogadoras pinheirenses. Mas o que vi foi uma fraca atuação da veterana e uma grande recuperação da equipe paulistana, que não teve dificuldades para fechar os três sets seguintes.
Peguei o carro, que estava estacionado perto do Pinheiros, a fim de ir ao próximo ginásio. O trânsito na marginal do Pinheiros fluía bem e cheguei à Vila Leopoldina, também um bairro da zona oeste, rapidamente. No momento em que entrei no ginásio do Sesi-SP, a partida da Superliga feminina estava prestes a ser iniciada. Às 21h38 foi dado o primeiro saque. A torcida do Sesi mostrou-se mais animada que a pinheirense, e gritos de “saca nela que ela entrega” foram ouvidos durante todo o jogo da equipe da casa contra a do Minas Tênis Clube. O Sesi-SP não deu chance ao novo time de Jaqueline, que ainda não estreou, e fez 3 a 0.
Ainda jantei na Carlos Weber, rua da Vila Leopoldina, e antes da meia-noite estava na zona norte de São Paulo. Em momento algum me apresentei como jornalista nos quatro eventos esportivos de sexta-feira: a intenção era viver ao máximo experiências pelas quais qualquer um pode passar sem necessidade de comprar ingresso, já que os quatro eventos eram gratuitos ao espectador – bastava se planejar. Esporte é sempre um bom programa.