Doídas derrotas em manchetes: mais uma do Brasil entra para a história
O jogo nem sequer havia começado quando comecei a pensar sobre vitórias e derrotas históricas. Queria assistir a Brasil x Alemanha em um lugar diferente e, por acaso, cheguei ao Sesc Santana, onde me foi dito que haveria exibição gratuita da partida no teatro. Ainda na área de espera, antes de as portas se abrirem, notei uma decoração diferente: adesivos em que estavam impressas diversas manchetes de jornais. Algo me chamou atenção: não havia apenas menções às conquistas da seleção brasileira; existiam também referências aos grandes fracassos. Mal sabia eu que estávamos todos prestes a vivenciar mais um deles em 8 de julho de 2014.
Manchetes como “França é campeã do mundo; Brasil sofre sua pior derrota”, “França elimina o Brasil em um jogo dramático” e “Derrota encerra a 2ª era Dunga” sobre as Copas de 1998, 2006 e 2010 dividiam espaço com títulos a respeito de feitos, como “Eles voltam amanhã com a taça”, “Brasil é tetra” e “Pentacampeão”.
Em poucos minutos foi possível perceber que aquele jogo entraria para a história pela decepção, não pela glória. Aos 29 a seleção alemã já havia aberto 5 a 0 no placar. A manchete da final da Copa de 1998, a da “pior derrota” do Brasil, dava toda a impressão de que ficaria datada. As que naquele momento começavam a ser escritas para os jornais ou os portais tratariam do novo maior revés.
Daqui a quatro anos, quando chegar a época de uma nova Copa do Mundo, quem fizer uma coletânea similar a essa do Sesc Santana terá de inserir nela esse placar adverso de 7 a 1. Mas a história mostra que outras derrotas doídas foram superadas e logo vieram vitórias – que também ganharam manchetes. Assim são o futebol e a vida.
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