São Paulo - região metropolitana
Futebol 07/11/2013

Diretores veem necessidade de torcedor ficar mais tempo em estádio

Por Andrei Spinassé, editor do Esportividade
Arena Corinthians em outubro de 2013 .(Odebrecht)

Arena Corinthians em outubro de 2013 .(Odebrecht)

Gestores e construtores de novos estádios brasileiros avaliam que manter os torcedores dentro do estádio por mais tempo é necessário para uma melhor saúde financeira dos empreendimentos. O ex-presidente corintiano Andrés Sánchez, agora encarregado de representar o clube nesta etapa de construção da Arena Corinthians, diz que, além de ser fundamental a realização constante de outros eventos que não sejam de futebol, não basta que as pessoas apenas cheguem ao local, assistam às partidas e saiam.

“Clubes e administradores têm o desafio fazer o torcedor chegar ao local duas ou três horas antes do jogo e tentar mantê-lo lá duas ou três horas depois do espetáculo”, disse Sánchez, que fez uma proposta ousada: “Em jogos que começam às 22h, o cara não vai sair do estádio às 2h, mas ele sai da balada às 4h, então também não existe problema: podemos fazer uma balada depois do jogo. Precisamos inventar fórmulas para manter o torcedor o máximo de tempo possível dentro do estádio”.

Embora veja necessidade de realização de outros eventos, Sánchez acredita que o gramado deva ser poupado:“É só para jogador de futebol. Esse é um problema que todos os estádios enfrentam: já pensam em um meio de ajustar isso para não prejudicar o espetáculo do futebol”.

Carlos Eduardo Paes Barreto, diretor de desenvolvimento da OAS Investimentos, disse que eventos de menor porte são a solução mais viável. “Diversos pequenos eventos podem ser feitos”, afirmou. “Trazer o grande artista [para shows] é muito complicado: faz parte de uma outra grande indústria com a qual buscaremos entendimento. Se atrapalharmos o conteúdo do futebol, perderemos o que temos de principal no que se refere ao torcedor e às receitas. Acredito na linha complementar ao calendário de futebol”.

Dênio Cidreia, diretor de entretenimento da Odebrecht Properties, deu algumas sugestões sobre o que poderia ser feito para chamar a atenção do público a fim de que ele passe mais tempo dentro do estádio e consuma mais nas lojas e nos restaurantes: partidas preliminares, exibição de documentários sobre futebol. “Precisamos identificar o que examente o torcedor do futebol vê como atrativo para chegar antes e sair depois”, afirmou.

Atualmente, acontece justamente o oposto: muitos torcedores permanecem na porta do estádio por mais tempo, a fim de consumirem bebidas alcoólicas, que foram proibidas pela CBF lá dentro em 2008, e entram nele a poucos minutos do início da partida. “Hoje a quantidade de catracas não atende a essa demanda [de última hora]. Em nenhum lugar do mundo funciona dessa forma”, declarou Cidreia, que entende que deva haver uma motivação para que se possa chegar mais cedo ao estádio: “Vamos motivar o torcedor a entrar de forma antecipada, não forçá-lo a isso”. Ele defende a venda de bebidas de baixo teor alcoólico nos palcos esportivos.

Negociação de naming rights

Andrés Sánchez revelou que há três quatro empresas em negociação com a Arena Corinthians para batizá-la. “Veremos se até o fim do ano fechamos com alguma”, disse.

A construção do estádio corintiano, que receberá a abertura da Copa do Mundo e outros cinco jogos do Mundial, tem conclusão prevista para dezembro deste ano.

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