Davis em SP fica sem o impulsionador da venda de ingressos: Rafael Nadal
A ausência de Rafael Nadal, que se recupera de uma lesão no punho direito – a qual motivou sua desistência do US Open –, provoca uma sensação dúbia em quem pagou caro por um ingresso do confronto entre Brasil e Espanha: misturam-se a frustração de não poder mais ver o atualmente número dois do mundo em ação no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, e a esperança, agora um pouco maior, de vitória brasileira nos dias 12, 13 e 14 de setembro.
O presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Jorge Lacerda, disse nesta terça-feira que a possibilidade de Nadal estar presente impulsionou a venda de entradas. “O Nadal ajudou muito na venda dos ingressos. Mas o confronto é forte. A qualidade do time espanhol continua a ser muito grande. Queríamos que o Nadal viesse para cá, mas o que fica desse evento é Brasil x Espanha, e o brasileiro adora essas competições. É difícil termos um grande evento desse em São Paulo”, afirmou ao Esportividade.
Segundo Lacerda, restam pouco menos de cem ingressos do anel inferior e um terço dos do superior, que, de acordo com o presidente, comporta no total 5.600 espectadores.
Ir aos três dias da Copa Davis no ginásio do Ibirapuera sai quase três vezes mais caro que ver todos os jogos em São Paulo do Grand Prix de vôlei, que aconteceu em agosto. No tênis, quem fica no setor superior gasta R$ 325 – sem ser adicionada ainda a taxa de compra online. No vôlei, três ingressos para o mesmo local, um para cada dia, custavam no total R$ 120 – também sem ainda adição de taxa. Se for levada em consideração a parte inferior, a diferença é ainda maior: R$ 780 do tênis contra R$ 180 do vôlei.
A equipe espanhola que tentará voltar ao Grupo Mundial da Davis no duelo com o Brasil é dirigida por Carlos Moyá e terá em São Paulo Roberto Bautista Agut (número 19 do ranking de simples), Marcel Granollers (42), Marc López (22 no de duplas) e David Marrero (13 no de duplas). David Ferrer (5 no ranking de simples) e Tommy Robredo (18) são outras baixas espanholas.
O próprio site da venda de ingressos (clique aqui) diz até a tarde desta terça-feira, 2 de setembro, que se trata de um confronto entre “brasileiros, liderados por Bruno Soares e Marcelo Melo, e espanhóis, que contam com Rafael Nadal”. O nome deste ainda não havia sido retirado da página.
Equipe brasileira
O capitão brasileiro João Zwetsch concedeu entrevista nesta terça-feira, no centro paulistano, para explicar por que convocou Thomaz Bellucci, Rogério Dutra Silva, Guilherme Clezar, Bruno Soares e Marcelo Melo – com Clezar neste momento ocupando a reserva.
Bellucci, 91º colocado, é o melhor tenista do país e conseguiu na semana passada, no US Open, ao menos superar em um set o suíço Stan Wawrinka, quarto mais bem posicionado, que venceu a partida por 3 a 1. Bruno Soares e Marcelo Melo estão entre os seis melhores do ranking mundial de jogadores de duplas.
Para as duas vagas restantes Zwetsch optou por um jovem e um jogador mais experiente. Clezar, 21 anos, e Thiago Monteiro, 20, eram os candidatos a ocupar a vaga do inexperiente. Clezar, 190º colocado no ranking, levou-a.
Rogério Dutra Silva tinha dura concorrência com João Souza, o Feijão, mas Zwetsch optou por Rogério Dutra Silva em consequência das duas vitórias contra os equatorianos, resultado que propiciou ao Brasil essa disputa com a Espanha, e da experiência adquirida por Rogério, que já até enfrentou Nadal no US Open de 2013, tendo sido derrotado por 3 sets a 0. Mas o treinador admitiu que Feijão (113) vive melhor momento que Rogerinho (162), que está atrás do compatriota no ranking, e justificou sua opção dizendo que ainda não viu Feijão conquistar títulos em sequência e nem provar poder lidar bem com longos e desgastantes jogos.
Para Zwetsch, Rogerinho, Feijão e Clezar estão no mesmo nível. Apesar de a lista brasileira ter cinco nomes, apenas quatro deles competirão no Ibirapuera. A tendência é que Clezar, que é treinado pelo próprio Zwetsch, veja os jogos da arquibancada.