Corrida de obstáculos é ‘remédio contra rotina’ e não é só para ‘fortões’
Às vezes tudo o que se quer após uma cansativa semana de trabalho é uma fuga da rotina. Viagens são bem-vindas nessas horas, mas não são a única forma de se vivenciar algo totalmente diferente do cotidiano. As corridas de obstáculos podem muito bem cumprir esse papel. Não é necessário sair da região metropolitana de São Paulo para participar delas. A mais recente etapa da Xtreme Race, por exemplo, foi realizada a 36 km do centro paulistano, em Barueri. E também não é preciso ser o “campeão de CrossFit” para competir nessas provas: pessoas comuns – praticantes regulares de atividades físicas – conseguem chegar ao fim delas sem grandes dramas e com muita diversão.
Não é todo dia que se compete em uma área militar, e tiveram essa oportunidade em 18 de julho, sábado passado, os participantes da Xtreme Race, disputada em local usado para treinamento do 20º Grupo de Artilharia Campanha Leve. Por mais intimidador que isso possa parecer, ainda assim não é maior que o principal desafio de qualquer competição: a superação individual.
O primeiro obstáculo foi um dos mais tradicionais da Xtreme Race, o salto sobre fogueira, e a partir daí o atleta realmente experienciava a sensação que mais difere corridas de obstáculos de corridas de rua: a sua jornada rumo ao desconhecido. Todo trecho causa-lhe uma surpresa – e não é possível saber de antemão exatamente o que está por vir.
Não demorou muito até que os participantes tivessem de passar pela travessia suspensa, outro obstáculo tradicional da Xtreme Race, ou que fossem desafiados a alcançar o topo de uma rampa lisa – o que ninguém parece ter conseguido. Quando não era possível ser bem-sucedido em um obstáculo, era necessário “pagar flexão de braço”.
O que não faltou foi lama, e os rastejamentos sob rede deixaram os atletas sujos, bastante sujos, mas são esses momentos os que mais têm o efeito de “quebra de rotina”. E a maior parte de prova foi disputada em trilhas, com direito a subidas e descidas.
Na verdade, participantes que não objetivem o pódio não têm a obrigação de passar por todos os obstáculos. Quando os fiscais de prova notam dificuldade de um atleta após algumas tentativas, aceitam que “punição” seja paga, o que torna o evento mais abrangente. O competidor não precisa ser o mais forte de sua academia para disputar uma corrida de obstáculos: só precisa estar disposto a experimentar algo bem diferente do dia a dia.
No caso da Xtreme Race em Barueri, nem sequer a distância, 5 km, era um limitador, pois é considerada a “de entrada” do mundo das corridas. A maior parte das pessoas não corre o tempo todo, pois estão presentes subidas de morros – e nelas uma caminhada não é, de forma alguma, má ideia.
É válido economizar um pouco (afinal, corridas de obstáculos como Xtreme, Iron Race e Bravus geralmente custam no mínimo R$ 130) para de vez em quando sair da rotina de uma maneira diferente: correr, saltar, subir paredões, rastejar sob arame farpado, carregar um saco pesado. E não é algo “para poucos” como pode inicialmente parecer.
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