Corrida com dinheiro que seria público tem inscrições que superarão R$ 100
Notícia completada às 13h de 21.jan e atualizada às 14h de 23.jan de 2017.
Corrida de rua incentivada é popular e custa pouco ao atleta, certo? Neste caso, errado. Um corredor não idoso e não deficiente paga no mínimo R$ 85,49 – com taxa de serviço – para se inscrever na etapa Rock da (sem o “Live”) Music Run da noite de 15 de abril de 2017. E o primeiro lote ainda é considerado “promocional”, ou seja, o preço vai ser ainda maior nos outros, ultrapassando os R$ 100 no último – R$ 105,90, mais precisamente, ainda sem taxa.
O Instituto Célere, realizador do evento noturno, pode captar até R$ 1.136.534,82 para a agora Music Run por meio da Lei de Incentivo ao Esporte; no mais recente balanço do Ministério do Esporte, do início de janeiro, já tinha captado R$ 687.931.00; essa quantia deixa de ser paga como imposto pelas empresas patrocinadoras e vai para a realização das provas. A Comgás patrocina a etapa roqueira de abril.
A atividade principal do Instituto Célere, segundo o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), não tem a ver diretamente com esporte: “Atividades de associações de defesa de direitos sociais”. Está registrado com endereço de Brasília (DF), e Pedro Rodrigues dos Santos é o presidente.
Saiba mais sobre a prova, depois da qual haverá um show de rock ‘n’ roll, clicando aqui; terá largada e chegada no Memorial da América Latina, na zona oeste da cidade de São Paulo.
Procurada pelo Esportividade, a organização da Music Run deu a seguinte resposta:
Existem 2 tipos de leis diferentes federais, a “Lei do esporte” e a “Lei da cultura”, e nosso evento está inscrito somente na “Lei do esporte”, que contempla só os itens de composição referentes ao esporte.
Com isso, no término da sua inscrição, explicamos o que você está comprando, que seria: R$ 20 de serviço de cronometragem + R$ 59,90 de pós-prova e shows (não contemplados na “Lei do esporte”, esses tipos de eventos que acontecem no pós-prova teriam que ser enquadrados na “Lei da cultura”, e nosso projeto não consta inscrito na mesma, nos possibilitando cobrar o quanto seria cabível para realização do show).
Somos uma empresa de extrema idoneidade e responsabilidade social com nossos clientes. Tivemos prejuízo em 2016 de R$ 350 mil, infelizmente. Com isso, para mantermos o projeto, neste ano tivemos que incentivar uma parte dele. O Ministério do Esporte não aceitou inscrever o show, infelizmente, e o mais caro é isso.
Observação do Esportividade
Conforme sugestão dada pelo Esportividade, Music Run cogita permitir que atletas possam se inscrever pagando R$ 20 e a taxa de serviço, não tendo, assim, direito a assistir ao show pós-corrida.
Na manhã de 23 de janeiro, a organização do evento realmente abriu essa opção: Music Run abre opção de atleta se inscrever por R$ 24,50 sem show.
Esse tipo de corrida tem que ser boicotada pelos participantes…. Vê se isso acontece com as corridas da Olga Kos, que tem uma causa muito mais nobre e custa apenas R$25,00….sem contar que sempre as medalhas são sempre bem elaboradas…muito superior a muitas corridas com inscrições salgadas…..