Correr no centro histórico de São Paulo é reconectar-se com histórias familiares
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“Vamos pra cidade?” Algumas décadas atrás, a região central de São Paulo era chamada de “cidade” pela população que não morava exatamente lá. Embora bairros periféricos pertencentes ao município ainda fossem da cidade (de São Paulo), era no hoje denominado centro histórico que a vida comercial acontecia para grande parte dos paulistanos. E encontros especiais lá se davam. Minha avó materna, Norma, por exemplo, conheceu meu avô, Pedro, no Vale do Anhangabaú na década de 1950. Ela era “secretária de uma firma de máquinas de macarrão, pertinho da praça da República”, como ela mesma me disse por WhatsApp hoje. Atualmente, embora haja muitas empresas ali, há outros polos econômicos na capital paulista. Correr na “cidade”, então, tornou-se um ato de reconexão com histórias familiares.
Assista ao vídeo curto da etapa de 17/06 na “cidade”:
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Certamente, entre os participantes da etapa de 16 de junho de 2024 do Circuito Popular, havia outros corredores amadores cujos familiares viveram dias ou até mesmo fases marcantes no centro histórico. Não são poucos os relatos de pessoas que, vindas de outras partes do Brasil ou do exterior, foram procurar emprego justamente ali, indo de porta em porta em busca de um recomeço. Muitos conseguiram – a duras penas – e estabeleceram-se em São Paulo.
Correr por ruas onde tanta coisa aconteceu para tanta gente foi um dos pontos altos da temporada 2024 do Circuito Popular, o de inscrições gratuitas. Em uma bela manhã de domingo, não havia ponto de largada mais simbólico: o viaduto do Chá, com vista para o Vale do Anhangabaú, para o edifício onde funcionava o lendário Mappin – do qual minha avó Norma, hoje com quase 95 anos, foi ascensorista em certa época – e para o Theatro Municipal.
Já em movimento, começou o tour pela “cidade”, durando de pouco mais de 15 minutos a cerca de 50, dependendo da velocidade do participante. Durante a prova de 5 km, os atletas amadores viram São Paulo por ângulos normalmente não observados pelos paulistanos. Eu mesmo nunca tinha visto o Farol Santander da forma como o vi no pouco comentado trecho da avenida Brigadeiro Luís Antônio, antes do cruzamento com a rua Maria Paula.
Encerrada a corrida (haverá outra etapa lá, em outubro de 2024, também com inscrições gratuitas), penso em como aquelas histórias do passado envolvendo a “cidade” foram contadas e como novas serão passadas de geração para geração. Eventos como o do Circuito Popular são o que a mantém relevante, uma vez que novas histórias vividas lá no domingo (16) estão prontas para ser compartilhadas.
Ao fim da corrida adulta, foi a vez de o centro histórico de São Paulo tornar-se marcante (para sempre) para as crianças que participaram das baterias infantis. Daqui a alguns anos, ao retornarem ao viaduto do Chá, poderão se lembrar (mesmo que vagamente) do dia em que correram ali levadas pela família. E de como aquele dia foi especial.
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