Copa: falta espaço de circulação entre fileiras no Itaquerão, relata torcedor
Restando apenas dois jogos da Copa do Mundo para encerrar a participação da Arena Corinthians, em Itaquera, no Mundial, já podemos ter uma visão e uma opinião concreta sobre o novo estádio do clube paulista, baseadas em alguns acontecimentos e fatos e em comparações com demais estádios que sediaram jogos da Copa.
- Clima nas arquibancadas durante Argentina x Suíça:
Maradona x Pelé: criativos, brasileiros dão resposta a argentinos
Primeiramente, destaco o primeiro jogo em que eu estive presente na Arena Corinthians, que foi Holanda x Chile. No meu ingresso, havia a indicação de acesso pela entrada oeste. No metrô, a opção para chegar tranquilamente por esse lado do estádio era desembarcar na estação Artur Alvim e seguir pela rampa de acesso. Para chegar ao local, não houve nenhum problema, levando em conta que a partida se iniciava às 13h e às 11h já estávamos na região do estádio. Existiam diversas placas de sinalização. E caminhando até o estádio da estação Artur Alvim levamos cerca de 15 minutos.
Dentro do Itaquerão, muitos voluntários indicavam os setores. Para quem queria se animar mais ainda e entrar no clima do jogo, muitos estandes de patrocinadores da Fifa atendiam ao público com suas campanhas e inclusive efetuando distribuição de brindes. Até esse ponto, o estádio da cidade de São Paulo atende plenamente às exigências da Fifa para a realização de um jogo de Copa do Mundo. Entre as arquibancadas provisórias e as fixas, puderam ser notados quiosques da Fifa com vendas de produtos oficiais da Copa do Mundo e camisas das seleções participantes. No mesmo local, já era possível avistar carrinhos que vendiam bebidas como refrigerantes, água e cerveja. Virou um souvenir dos torcedores o famoso copo personalizado da Copa em que vem escrita a data da partida e um lindo desenho com as bandeiras das seleções participantes daquele jogo.
Quase ao lado da maioria dos carrinhos de bebidas, encontrávamos também lanchonetes com comidas à venda. Como durante todo o tempo das partidas ficamos nas arquibancadas, não foi possível ver se havia enormes filas para compra de bebidas e lanches. Mas imaginamos que sim, pois muitas pessoas saíam até mesmo antes do fim do primeiro tempo para comprar algo para consumir e voltavam um pouco depois do início do segundo tempo.
Para assistir ao jogo, já não é possível fazer os mesmos elogios aos demais atendimentos do estádio. Pelo menos por conta das arquibancadas provisórias onde estávamos durante as partidas que são citadas nesta reportagem.
Apesar da excelente visão do campo, o torcedor conta com pouco espaço e observa falta de limpeza. Quando se senta, encontra alguns assentos sujos. Em algumas cadeiras, quando abertas, podíamos ver marcas de pés. Mas o maior problema das arquibancadas provisórias do Itaquerão é o pouco espaço para você se mover em sua fileira. Caso você queira ir ao banheiro, comprar um lanche ou uma bebida ou se retirar do local, é necessário que as demais pessoas na fileira se levantem para que você passe – às vezes durante o jogo, o que causa certo desconforto de alguns torcedores. Afinal, não fica bem você assistir a um jogo e a toda hora alguém passar diante de você.
A largura do assento também pode ocasionar desconforto. Uma pessoa que não seja considerada obesa, mas que esteja acima do peso, com toda certeza tem dificuldades para assistir ao jogo de uma das cadeiras das arquibancadas provisórias da Arena Corinthians.
Ao término da partida, nenhuma dificuldade para voltar ao metrô Artur Alvim. Foi tão fácil quanto chegar. Pelo menos em nosso caso, quando chegamos à plataforma do metrô, foram oferecidos alguns trens vazios para atender aos torcedores a partir dessa estação. Isso evitou certo tumulto e aglomeração de torcedores na estação. Um esquema muito bom montado para a locomoção de ida para o estádio da cidade de São Paulo e volta a diversos pontos.
Já para Coréia do Sul x Bélgica, em 26 de junho, fizemos uma experiência, tentando chegar em um horário um pouco mais próximo do da partida. Saindo da estação Corinthians-Itaquera, houve uma certa demora no caminho até o estádio, e pode ser que ela se deva a um grande número de torcedores que também iam ao estádio não tão antecipadamente. Outro ponto a ser levado em consideração: torcedores podem optar por descer na última estação da Linha 3-Vermelha metroviária para poder comer algo um pouco mais em conta, no shopping da região, antes da partida. Mas ali as sinalizações para o estádio também estão tão eficientes quanto às do lado de Artur Alvim.
Quanto às arquibancadas temporárias do sul, também prevalecem os prós e os contras das do norte, mencionadas anteriormente. Tivemos a impressão de que a maioria dos torcedores prefere se locomover até a Arena Corinthians pela estação Corinthians-Itaquera, não pela Artur Alvim.
Para ir embora, seguindo até Corinthians-Itaquera, notamos novamente o mesmo tempo que levamos para chegar ao estádio de quando chegamos. Logicamente um pouco mais demorado por todos estarem seguindo para o mesmo destino. Chegando à Corinthians-Itaquera, utilizamos o Expresso da Copa da CPTM até a Luz, e não houve problema algum.
Fica agora a dúvida se, após a Copa, o torcedor do Corinthians encontrará a mesma facilidade de locomoção até o estádio e como será o trabalho do Metrô nos dias de jogos. E como serão o atendimento e a comodidade dentro da Arena Corinthians. Mesmo com os problemas, não deixa de ser um bom estádio para se ver uma partida de futebol.
Iury Cesar Alves escreve para o Esportividade sobre sua experiência nesta Copa do Mundo. Ele estará em cinco jogos do Mundial de futebol.
Mais da série “Copa do Mundo no estádio”:
- Copa termina para o Itaquerão; média de público: 62.598 por jogo
- Demos nota 8,5 para Copa-2014 no Itaquerão; confira a avaliação
- Na Copa, evento é mais que jogo em si; compensa chegar cedo
- Setor temporário do Itaquerão causa sensação de “mundo à parte”
- Abertura: torcedora relata escuridão em banheiro do Itaquerão
- Torcida argentina confirma fama de festeira em Porto Alegre
- Em BH, trânsito pesado, mas a Copa e o Mineirão valem a pena
Série “Copa do Mundo na cidade”:
- Em final, brasileiro mostra saber curtir mesmo com Brasil em 4º
- Bares e torcedores “baixam a bola” em dia de nova derrota do Brasil
- Doídas derrotas em manchetes: outra do Brasil entra para a história
- Onde ver jogos de Brasil, Alemanha, Holanda e Argentina em SP
- Pub torna-se holandês, e “torcida local” vivencia grande virada
- Na Vila Mariana, pacote para ver Brasil x Chile em bar: R$ 115
- Ao fim de Bélgica x EUA, apenas um lado de rua de SP vibrará
- No mesmo dia, são eliminados países do cotidiano do paulistano
- Torcida portuguesa: de irritação com Cristiano Ronaldo a alívio
- Brasil 0×0 México frustra duplamente clientes de restaurante
- Na rua Lisboa, alemães festejam vendo Alemanha x Portugal
- Brasileiros: versão de música de Magal para “secar” argentinos
- Fan Fest: paulistano vê Copa com “todo o mundo” no Anhangabaú
- Brasil x Croácia no cinema; Oscar poderia ir a atleta homônimo
Série “Copa do Mundo com todo mundo”:
- Você pode ver 25 jogos no cinema
- Mais redes de cinema exibem jogos
- No Anhangabaú, Fan Fest: telão e shows
- Na periferia paulistana, exibição pública
- Pub é reduto de estrangeiros em SP
- Em SP, pub oferece “arquibancada VIP”
- Em pub, rock “entra em campo” após jogos
- No Morumbi, exibição de jogos e shows
- No Jockey, festa quando o Brasil joga
- Em Santo André, exibição pública e shows