Copa Davis: sucesso brasileiro fora da quadra é menor que dentro dela
Dentro de quadra, o Brasil conquistou grande vitória sobre a Espanha e classificou-se para o Grupo Mundial da Copa Davis de tênis de 2015. Fora dela, alguns problemas afetaram quem foi ao ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, de 12 a 14 de setembro de 2014. O que mais chamou atenção foi o desligamento do placar por mais de um set durante o quarto jogo, o entre Thomaz Bellucci e Roberto Bautista Agut. Quando a falha dos telões que exibem os pontos aconteceu, ouviam-se espectadores gritando “liga o placar”. O único dia em que o sistema funcionou perfeitamente foi o sábado, pois na sexta-feira se mostrou bastante instável e no domingo houve essa pane.
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“Os jogos foram maravilhosos, mas a organização deixou a desejar”, resumiu Márcio Hirata, agrônomo em Brasília. “O placar falhou na sexta-feira e hoje. Alguém que não entende de tênis e não está muito focado não consegue acompanhar o jogo sem o placar.”
Márcio ainda mencionou ter tido de procurar uma lan house para reimprimir os ingressos comprados pela internet, pois na sexta-feira foi rasgado, na hora da entrada, o código de barras, o que impossibilitaria sua leitura nos dois dias seguintes do evento. “[Os organizadores] poderiam ter avisado previamente que os torcedores deveriam trazer três cópias dos ingressos impressas”, disse. Para miminizar o problema, a organização criou um guichê de reimpressão de bilhetes ao lado dos de comercialização.
O agrônomo viu a vitória de Bellucci por 3 sets a 1 ouvindo a narração de São Paulo x Cruzeiro. “Estava aqui sofrendo com o Bellucci e na expectativa de o Corinthians marcar um gol. Por enquanto, ouço o jogo do São Paulo, que pelo menos vence o Cruzeiro. Quando informavam um gol, eu parava para ouvir se era do Corinhtians ou não”, afirmou o morador de Brasília, segundo o qual na sexta-feira em determinado momento faltou comida e bebida no ginásio.
Só às 17h30, quando quase todos os torcedores já haviam ido embora, foi avisado que não haveria mais o quinto jogo, o entre Rogério Dutra Silva e Pablo Andujar, já que o Brasil já tinha fechado o confronto e houve acordo entre os capitães.
A empresária Marcelle Rios também reclamou da falha do placar. “Como não entendo muito de tênis, dependo do acompanhamento do placar, senão perco como está o jogo. Muitas pessoas ficavam perguntando umas para as outras quanto estava”, declarou ela, que comprou um ingresso a cada dia e foi pega de surpresa quando descobriu que no domingo (14) houve uma promoção que barateou o bilhete inteiro de R$ 130 para R$ 80. Como comprou meia-entrada no sábado, pagou R$ 65, R$ 25 a mais que gastaria no domingo.
Thomaz Bellucci foi o grande nome da classificação brasileira. Salvou match point e virou para 3 sets a 2 um jogo que perdia por 2 sets a 0 na sexta-feira. No domingo, teve três grandes sets e triunfou por 3 a 1. A outra vitória foi a de Bruno Soares/Marcelo Melo, dupla que fez 3 a 0 em Márc Lopez/David Marrero. A Espanha havia entrado em quadra como favorita pelo fato de seus jogadores de simples estarem mais bem posicionados no ranking da ATP que os brasileiros.
Apesar da importância do confronto, o ginásio do Ibirapuera não encheu: mesmo no domingo ainda havia cadeiras vagas em todos os setores.