Com CEO, técnico do Osasco passa a ter menos atribuições; nome é alterado
Com a manutenção da maioria do elenco para temporada 15/16, novidades da equipe feminina de vôlei de Osasco foram organizacionais e de patrocínio. O treinador Luizomar de Moura continua no clube, mas sem um acúmulo de atribuições. Para o cargo de diretor executivo foi contratado Marcelo Palaia. E a Nestlé optou por usar o time como uma plataforma de divulgação do nome da própria empresa, como já fez a Unilever em 2013/2014, mas vai divulgar produtos com ações especiais ao longo da temporada.
“O Luizomar acumulava funções de treinador e gestor”, explicou Palaia. “Quando ele me convidou foi para assumir este papel.” O CEO contou de onde vem o contato com o treinador: “Eu já realizei trabalhos com ele no passado com times do Oi/Campos e do Oi/Macaé. Eu era executivo que trabalhava com a conta da Oi de marketing esportivo”. E falou sobre ele: “Trabalhar com Luizomar é bem interessante, porque ele é um excelente profissional dentro de quadra e fora dela. Possui consciências administrativa, de marketing, de comunicação, de oportunidades de ativação de patrocínio; a mente muito focada nisso. Além de ele ser, para mim, um dos três maiores técnicos do Brasil hoje em dia”.
Palaia não participou da montagem do elenco da temporada 2015/2016, que conta agora com a base da temporada passada e com Suelle, ex-ponteira do Sesi-SP, Lise Van Hecke, belga ex-Piacenza, e a central Saraelen, ex-São Caetano. Mas, para a seguinte, deverá também cuidar de contratações com Luizomar.
“As jogadoras já estão contratadas e o time está montado”, contou. “Estamos muito focados na organização extraquadra. Vamos estruturar departamentos, posicionamento de cada profissional, alinhar as responsabilidades. E este momento é mais de gestão que de negociação de contratos. Mas daqui para frente devo exercer essa função, a qual cai também dentro do departamento da direção executiva.”
Luizomar foi fundamental para que, em 2009, após o anúncio de que o Bradesco deixaria de apoiar equipe feminina adulta osasquense, um clube profissional da modalidade continuasse a existir na cidade. A ele foi dada responsabilidade de procurar outro patrocinador.
Desde então já se passaram seis temporadas. “Quando fui convidado para o desafio de manter o vôlei de Osasco, não sabia que iria ser agregado a esse novo projeto de vôlei um grande patrocinador como a Nestlé, que tem uma colaboração muito grande nessa gestão da equipe. Sempre me ajudaram bastante [as pessoas da Nestlé]. Minha experiência é na quadra, mas tive oportunidades maravilhosas. Conversei com executivos pelos quais não pensava que pudesse ser recebido”, afirmou o head coach.
Questionado pelo Esportividade se em algum momento desanimou durante a busca por patrocinador em 2009, Luizomar respondeu assim: “Sou um cara extremamente perseverante. Desânimo é uma palavra que não está no meu dia a dia. Naquele momento, vi uma oportunidade. Ou ficava em Osasco e tentava resgatar o time ou iria para fora do país – e a minha esposa estava grávida do meu segundo filho. Fomos recompensados com o retorno de um patrocinador como a Nestlé”.
Molico deixa nome do time
Mesmo após os escândalos envolvendo uso suspeito de dinheiro do Banco do Brasil por dirigentes da Confederação Brasileira de Vôlei, a Nestlé ratificou acreditar no projeto do vôlei osasquense e deixou mais clara ainda sua marca.
Vôlei Nestlé é o terceiro nome da equipe osasquense depois do acordo com a empresa alimentícia. “Temos ciclos”, afirmou André Barros, gerente executivo de marketing esportivo da Nestlé. “Ficamos quatro temporadas com Sollys, e a equipe levantou o conhecimento da marca a níveis fantásticos. O retorno foi muito bom. A jornada do Molico também foi muito positiva. Só temos a agradecer ao time de vôlei.”
De acordo com André, chegou a hora de a empresa usar mais ainda a equipe como meio de divulgação própria de dos produtos: “Ao chamarmos a equipe de Vôlei Nestlé, nós poderemos trabalhar com mais marcas, bem como fazer mais ativações. Além disso, nós pegamos um ciclo olímpico do próximo ano; várias atletas nossas estarão na Olimpíada de 2016. Para nós é um momento muito adequado para ampliarmos o alcance do time”.
Algumas decisões ainda não foram totalmente tomadas. É possível que o uniforme principal seja azul e laranja. Outros, de acordo com o produto em questão, serão usados ao longo dos campeonatos. “É uma mudança mais sutil que as anteriores, porque já chamávamos o time de Molico/Nestlé. O Molico vai voltar a aparecer em algum momento da temporada. Vamos ter de pensar em algumas coisas – por exemplo, as jogadoras tinham o apelido de ‘molicats’. Não acreditamos em um grande choque. Nós vamos começar a temporada com o uniforme de Nestlé, que será apresentado em 2 de julho. Em alguns momentos especiais, devemos brincar com o uniforme de uma maneira oportuna, bacana, como foi na Páscoa, em que havia nele imagens de ovos de chocolate.”
“Esse é um dos pedidos, o de resgatar de alguma maneira o laranja no uniforme, porque lembra o último Mundial conquistado [em 2012] e a torcida osasquense. Fazemos alguns estudos para vermos se traremos essa cor de alguma maneira no novo uniforme.”
De acordo com o gerente executivo de marketing esportivo da Nestlé, o nome do time vai ser esse por ao menos duas temporadas – e existem planos para que dure até três. Continua não havendo cobrança de ingresso para quem vai ao ginásio José Liberatti. A central Thaisa passou por uma cirurgia em ambos os joelhos nesta terça-feira (16) e ficará até outubro afastada das quadras. A equipe osasquense foi vice-campeã da Superliga 2014/2015, sendo derrotada na final pelo Rexona-Ades por 3 sets a 0.